A continuidade da empresa familiar passa pela separação entre propriedade e gestão
Do nascimento à velocidade de cruzeiro, são muitas as fases e dificuldades pelas quais uma empresa passa. Este período, associado à 1ª geração da empresa familiar, é caraterizado por uma grande sobreposição, se não mesmo total, dos detentores do capital e das pessoas que lideram a empresa.
Do nascimento à velocidade de cruzeiro, são muitas as fases e dificuldades pelas quais uma empresa passa. Este período, associado à 1ª geração da empresa familiar, é caracterizado por uma grande sobreposição, se não mesmo total, dos detentores do capital e das pessoas que lideram a empresa.
Com o normal crescimento do negócio e a natural passagem geracional, ou até mesmo por uma corrente de modelo de governo das empresas, assiste-se cada vez mais a uma maior independência entre os proprietários do capital e a equipa dirigente das organizações.
Esta observância não implica que para ter sucesso a empresa deve obrigatoriamente passar por esta separação. Não. O que se pretende refletir é que a continuidade das empresas familiares pode ser posta em risco se se atribuir a sua liderança a proprietários que não estão devidamente preparados ou não a querem ou podem assumir.
É natural que os pais que sempre lideraram a sua empresa, para além do legado patrimonial, também desejem ver os seus descendentes como os condutores da mesma. Mas se o que se pretende é que este legado tenha continuidade, por ser bom para o mesmo e para a própria família, então o ideal é que o seu modelo de governo e as pessoas que o assuma sejam as mais indicadas, independentemente da sua (não) ligação familiar.
António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.es
pt.linkedin.com/in/antonionogueiradacosta/
https://www.facebook.com/ajncosta
Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
Santiago – Porto www.efconsulting.pt
Com o normal crescimento do negócio e a natural passagem geracional, ou até mesmo por uma corrente de modelo de governo das empresas, assiste-se cada vez mais a uma maior independência entre os proprietários do capital e a equipa dirigente das organizações.
Esta observância não implica que para ter sucesso a empresa deve obrigatoriamente passar por esta separação. Não. O que se pretende refletir é que a continuidade das empresas familiares pode ser posta em risco se se atribuir a sua liderança a proprietários que não estão devidamente preparados ou não a querem ou podem assumir.
É natural que os pais que sempre lideraram a sua empresa, para além do legado patrimonial, também desejem ver os seus descendentes como os condutores da mesma. Mas se o que se pretende é que este legado tenha continuidade, por ser bom para o mesmo e para a própria família, então o ideal é que o seu modelo de governo e as pessoas que o assuma sejam as mais indicadas, independentemente da sua (não) ligação familiar.
Neste artigo, em vez de apresentarmos um exemplo suportado numa empresa familiar, preferimos apresentar a perspetiva de um gestor profissional que, quando confrontado perante alternativas de liderar distintas empresas multinacionais, preteriu a opção da empresa familiar. Victor Luís é mais um português a triunfar no mercado internacional: foi nomeado presidente executivo da Coach - fabricante norte-americana estabelecida em 1941, que é uma multinacional no mercado do luxo que emprega mais de 17 mil pessoas em todo o mundo. Depois de 11 anos no país, conseguiu o lugar de presidente da Baccarat - EUA, a marca de cristais francesa, e mudou-se para Nova Iorque. Em 2006, a empresa foi vendida e teve oportunidade de entrar na Ralph Lauren e na Coach. “As propostas eram muito semelhantes, mas tinham uma grande diferença: a família Ralph Lauren tem mais de 50% da empresa e eu sabia que depois do Ralph vinha um filho e depois outro filho. Nunca chegaria a presidente”. Entrou na empresa de malas e acessórios (detida essencialmente por fundos e institucionais, sendo o maior acionista a BlackRock — maior gestora mundial de fundos de investimento, com cerca de 7% do capital) como presidente do mercado japonês, cargo que acumulou em 2008 com o mercado chinês. Em 2010, regressa a Nova Iorque para gerir todos os mercados internacionais e as vendas dispararam: no primeiro trimestre deste ano, tiveram um crescimento de 12% (40% na China). Victor só tomará posse como CEO no início de 2014, assumindo até lá o cargo de administrador comercial. Na altura, a empresa cotada em bolsa informou que o português vai receber um salário base de $1,250 milhões, valor que triplica consoante os resultados da empresa e que é acrescido de prémios relativos ao desempenho em bolsa, que podem render $25 milhões nos próximos cinco anos. |
Temas para reflexão:
• A nossa empresa teria vantagens em incluir gestores independentes?
• Como podemos atrair gestores externos para a empresa da família?
• Qual o melhor modelo de governo da empresa para captar e manter estes profissionais?
• Como podemos atrair gestores externos para a empresa da família?
• Qual o melhor modelo de governo da empresa para captar e manter estes profissionais?
António Nogueira da Costa
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