Na sua empresa existem procedimentos profissionais de governo familiar?;

Reflexões sobre Empresas Familiares
Na sua empresa existem procedimentos profissionais de governo familiar?
Gerir uma organização é uma tarefa árdua que implica o domínio de uma multiplicidade de assuntos que, muitas das vezes, nem nos apercebemos da sua real magnitude. 
Seja uma empresa pequena ou grande, um só ou vários decisores, o dia a dia será caraterizado pela necessidade de se tomarem decisões; versem elas coisas tão triviais, como a aquisição de material de escritório ou as matérias-primas, ou situações mais complexas como o investimento numa nova máquina produtiva ou entrada num novo mercado externo.
Na envolvente de uma empresa familiar, alguns dos cenários irão estar relacionadas e ter impacto em pessoas da família, pelo que, seja qual for a opção selecionada, poderá ser vista como favorável por determinadas pessoas e menos positiva ou até desfavorável por outras.
Esta situação, por muita justa que possa ter sido a decisão, pode gerar algumas reações com repercussões nefastas para a empresa ou família.
Para minimizar este tipo de ocorrência, as sociedades familiares devem definir de forma clara um conjunto de regras relacionadas com quem — pessoa ou órgão—, e como se tomam decisões que impliquem a família, como um todo, ou familiares de forma particular. Sendo estes procedimentos definidos previamente à sua aplicação a um caso particular, e do conhecimento de todos, minimizar-se-ão potenciais e distorcidos juízos de valor, bem como conflitos familiares.


“Casais” era a alcunha da trisavó de António Fernandes da Silva, o fundador, em 1958, do grupo sediado no local onde cresceu a família e o negócio - Mire de Tibães. Em 2004, os descendentes diretos de António Casais criaram um Protocolo Familiar, numa altura em que havia 30 membros na família e o Grupo era um dos maiores da região minhota e do país no setor da construção. Nele expressam a vontade de dar continuidade ao grande legado fundado pelo patriarca e manter a união da família, bem como a empresa sob seu controlo. Com este acordo foram criadas duas estruturas essenciais para a tomada de decisões familiares e de negócio:
• a Assembleia Familiar, que tem por missão manter todos os membros da família «ligados entre si e à empresa reforçando a garantia de continuidade da mesma no seio da família Casais». Reúne uma vez por ano e é constituída pela matriarca Conceição Gomes, os cinco filhos e cônjuges e respetivos descendentes consanguíneos.
• o Conselho Familiar  é o órgão que assegura que o protocolo funciona, resolvendo conflitos sobre assuntos como contratação, despedimentos e preparando os mais jovens para assumirem no futuro o destino da empresa. Reúne duas vezes por ano e procura analisar os assuntos de importância para a família na sua relação com a empresa, constituído por descendentes de sangue, que se decidirão questões de continuidade e sucessão.
O acordo define também regras que limitam a venda das posições accionistas ao exterior, mas a sucessão é porventura a sua principal razão de ser do protocolo, Diz o pacto que, a partir do momento em que o líder estabelecido tem mais de 55 anos, deve iniciar-se um plano de sucessão da liderança.

(fonte: Mestria, edição da Empreiteiros Casais pelo 50º aniversário)

Temas para reflexão:

• A nossa empresa possui procedimentos adequados de governo familiar?
• A família participa nas principais decisões da empresa?
• Como tomamos decisões relacionadas com familiares?

 
António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.es
pt.linkedin.com/in/antonionogueiradacosta/
http://www.facebook.com/ajncosta
 

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
Santiago – Porto   www.efconsulting.pt


Partilhar
Comentários 0