O relacionamento do Conselho de Administração com os diretores;

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES
O relacionamento do Conselho de Administração com os diretores
A direção de topo de uma qualquer entidade necessita de manter uma relação próxima com a linha de estrutura hierarquicamente próxima. Nas empresas de menor dimensão e, em particular, nas familiares, esta é uma realidade do seu dia a dia.
Seja pelo exercício direto de funções mais operativas na empresa, no primeiro caso, ou pela natural atuação de “management by walking around”, muito típica dos gestores familiares, que gostam de sentir ou supervisionar o pulsar da atividade e da proximidade das suas pessoas. Associe-se também algo que poderá ter influência pois, em muitos dos casos, esses cargos hierárquicos incluem alguns familiares.
O estudo da Reynold Russel expressou que cerca de 22% dos administradores reúnem regularmente com as suas linhas de estrutura.
A análise geográfica das respostas, relativas à não necessidade de reunir para além do estritamente necessário, varia entre um mánimo de 36% em Espanha e um mínimo de 12% em Itália (3 vezes menos).
Esta proximidade das linhas de estrutura é, normalmente, facilitadora de algumas vantagens comparativas: deteção de discrepâncias de informação ou atuação, celeridade de reação a determinados contextos, sentimento de pertença e união no alcance dos objetivos da empresa.



A J&J Teixeira é uma carpintaria que foi fundada em 1980, a partir do negócio iniciado em 1977 com seis pessoas, em nome individual do seu fundador João Teixeira.
Hoje é uma fábrica altamente competitiva e moderna, que emprega cerca de 300 pessoas e fazem carpintaria personalizada: móveis, roupeiros, cozinhas, janelas, soalhos e portas, preparada para trabalhar em todo o mundo.
O crescimento da atividade leva-a a transformar-se em sociedade anónima, em 1996.
O Conselho de Administração é composto por três elementos: João Teixeira (presidente), Jacinta Sousa - os dois acionistas familiares que, de forma igualitária, controlam 67% do capital -, e Ana Leite, vogal representante do Fundo Revitalizar Norte que, no âmbito de um processo de insolvência em 2010, detém 21% do capital. Os filhos Joana, Joaquim e Miguel possuem cada um 3,95% de capital.
A estrutura de direção de 1ª linha, logo abaixo da Administração, é assumida maioritariamente por pessoas da família, com relevância para a 2ª geração familiar. Esta proximidade, da estrutura hierárquica mais operativa, certamente que teve enorme relevância no enfrentar do período crítico, de final da 1ª década deste século, e na redefinição do futuro. Nessa altura, aos 4,5 milhões juntaram-se os 6 milhões do IAPMEI e a vontade de preparar a empresa para a próxima geração. João Teixeira sente que, ao ter os filhos na empresa, em conjunto vão dar continuidade ao trabalho desenvolvido.



Temas para reflexão:
  • Com que frequência e como nos relacionamos com a 1ª linha de direção da empresa?
  • Definimos os objetivos e ações e deixamos que desenvolvam o seu trabalho de forma autónoma?
  • Assumimos uma posição de aconselhamento e supervisão?

António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.pt
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Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
Santiago – Porto   http://www.efconsulting.pt
 
 
 
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