Portugal deve apostar mais na inovação
Portugal apresenta uma quebra de produtividade 40% face à média europeia. Um “gap” de produtividade que resulta também num “gap” salarial. A recuperação tem de ser feita com empresas de maior dimensão, com capacidade de penetrar no mercado internacional, com possibilidade para produzir marcas e para gerar valor – defendeu Daniel Bessa, durante a apresentação do livro “Um caminho para Portugal - Uma política económica integrada para a produtividade, a inovação e o crescimento”, da autoria de Carlos Tavares e Sara Monteiro, com a chancela da Vida Económica.
Fazer crescer Portugal, colocando-o aos níveis mais desenvolvidos do momento, é a prioridade. O livro apresentado dá um contributo nesse sentido, apontando para a necessidade de se implementar reformas estruturais tendo como alvo o desenvolvimento da inovação.
Fazer crescer Portugal, colocando-o aos níveis mais desenvolvidos do momento, é a prioridade. O livro apresentado dá um contributo nesse sentido, apontando para a necessidade de se implementar reformas estruturais tendo como alvo o desenvolvimento da inovação.
O caminho a seguir está identificado no livro “Um caminho para Portugal - Uma política económica integrada para a produtividade, a inovação e o crescimento”, da autoria de Carlos Tavares e Sara Monteiro, prefaciado por Miguel Cadilhe, cujo lançamento aconteceu há dias, no Porto, com a apresentação feita por Daniel Bessa, em que estiveram presentes, Carlos Alves, vice presidente do Conselho Coordenador da SEDES, e Luís Miguel Ribeiro, presidente da Fundação AEP.
Segundo Carlos Alves, o livro pode contribuir para melhorar o nível económico e social do país. Elogiando o “bom diagnóstico” realizado pelos autores, “é preciso fazer o diagnóstico por duas razões fundamentais: para aprendermos com os erros do passado, analisando as suas causas, e melhorarmos a capacidade de aplicação de medidas que nos conduzam a todos para o caminho certo”.
“O livro tem as políticas macroeconómicas necessárias, as políticas que permitem transformar a função de produção, que permitem resolver uma série de problemas”. E acrescenta: “A verdadeira ambição de transformar Portugal, de pôr o país a crescer, é equiparar-se aos níveis mais desenvolvidos. A Europa, que é isso que nós temos de aspirar, é isso que temos a obrigação de aspirar, até pela história que temos. E, portanto, este livro é um contributo importantíssimo”, concluiu Carlos Alves.
Sara Monteiro deixou algumas reflexões. “Da análise que fizemos aos vários indicadores de performance do sistema nacional de inovação português, chegamos sempre à mesma conclusão, o da inovação parecer um fim em si mesma e não um meio para o crescimento da produtividade ou para o aumento sustentado do produto e da riqueza nacionais, com impacto no bem estar e inovação”.
“A inovação é também um processo cada vez mais complexo. Exige novas instituções, novas formas de governação, exige capacidades dinâmicas aos governos que consigam antecipar. Os governos devem antecipar, devem conseguir antecipar os futuros e serem flexíveis para ajustar os seus programas e as suas políticas.”
“Mais do que responder a falhas de sistema e falhas de mercado, devem ter em conta a direcionalidade da implementação dessas políticas e deste diagnóstico”, acrescentou. Um diagnóstico que põe em evidência algumas das questões prementes que estão para serem resolvidas em Portugal, nomeadamente empresas que não investem muito em investigação, desenvolvimento e inovação.
Sara Monteiro apontou ainda para a necessidade de simplificar os programas de financiamento, que são complexos e dispersos. “Propomos, portanto, em modo de agenda aquilo que designamos de Reforma do Sistema Nacional de Inovação”.
Reforma estrutural de Miguel Cadilhe não foi continuada
Carlos Tavares elogiou a “reforma estrutural de grande alcance” de Miguel Cadilhe e que “estava a produzir os seus efeitos, que infelizmente foi abandonada e revertida posteriormente”. Sobretudo ao nível de execução e de captação do bom investimento estrangeiro ou nacional pelas vias adequadas e desembaraço da administração pública, de ultrapassagem das tais burocracias que tanto se queixam mas que poucos passos são dados ou nenhuns para que sejam ultrapassadas”.
Referiu-se também ao trabalho que Daniel Bessa estava a desenvolver e que não foi continuado “e este é um dos problemas do nosso país. É que cada governo que nos chega acha que pode fazer melhor e diferente do anterior, quando há um conjunto de matérias que sobre as quais eu penso que deveríamos estar todos de acordo, que é isso que é necessário fazer. É este o espírito do que é o conteúdo deste livro, precisamente que é a importância de que as políticas sejam corretas e sejam coerentes, a importância das reformas e aquilo que é necessário fazer”.
Segundo Carlos Tavares, “toda a gente fala de reformas estruturais, mas raramente se diz quais são. O livro dá espaço concreto de propor”, sublinhando que “as reformas são boas para todos “ embora nem todos ganhem com elas. “Os governos têm de explicar isto bem e encontrar até mecanismos de compensação temporária para os perdedores, para que, com o tempo, todos concluam que as reforma são boas para todos”.
Carlos Tavares elogiou os ganhos alcançados no período da Troika fruto de uma emergência nacional de grande desequilíbrio financeiro. “O livro trata esse ponto com algum detalhe”, sobretudo ao nível das grandes reformas que estavam previstas, algumas delas invertidas por posteriores governos. “Este é um período – pré-eleitoral – é propício para se pensarem em reformas e em mudar a estrutura da nossa economia”, concluiu.
As quatro hélices da inovação
Daniel Bessa referiu-se ao livro, mais em concreto, ao capítulo da inovação e às suas quatro hélices: “Isto obriga a algum tipo de convergência e entre eles estavam as empresas na área da inovação, os institutos de investigação e de desenvolvimento e, no fim, a sociedade, as pessoas e os consumidores”.
“O problema para mim, e há muito tempo que é assim, é a falta de ambição, um problema de contentamento medíocre com resultados medíocres. E isso é o que verdadeiramente me incomoda. Olhando para estes anos que passaram, o que me incomoda mais é este contentamento medíocre com um resultado miserável”, acrescentou Daniel Bessa apontando para um ponto de partida na “consulta e estrutura da consulta” prévia ao diagnóstico: “a vontade de mudar o estado de coisas”.
Segundo o mesmo responsável, “Portugal tem um salário médio miserável Será que a política é capaz de mudar isso? Não tenho a certeza.”
Daniel Bessa disse que o livro apresenta quais são os males maiores de Portugal. “O principal dos quais é o défice de produtividade, o ‘gap’ de produtividade, os 40% de produtividade, de que nós não conseguimos sair”.
“Esta conversa de que as PME merecem tudo, que merecem coitadas, mas não é aí que vai ser feita a recuperação do nosso défice. Portugal tem que recuperar com empresas maiores, com outra dimensão, com outra capacidade de penetrar no mercado internacional, com outra capacidade para produzir marcas e para gerar valor”, conclui.
Para Luís Miguel Ribeiro o caminho a seguir está bem identificado no livro “Um caminho para Portugal”.
“Como escrevi nas notas de abertura do livro, este integra temas muito pertinentes. Creio que estão lá todos os fatores explicativos que não têm permitido a nossa convergência com os países mais desenvolvidos da União Europeia. São temas que a AEP tem vindo a acompanhar e a apresentar propostas, de forma recorrente, aos decisores políticos, em linha com o que os autores do livro defendem.”
O país está quase a ir a votos. “Ao novo Governo, aconselho vivamente a ler, a refletir e agir, tendo como pano de fundo esta importante base de trabalho”, finalizou.
Segundo Carlos Alves, o livro pode contribuir para melhorar o nível económico e social do país. Elogiando o “bom diagnóstico” realizado pelos autores, “é preciso fazer o diagnóstico por duas razões fundamentais: para aprendermos com os erros do passado, analisando as suas causas, e melhorarmos a capacidade de aplicação de medidas que nos conduzam a todos para o caminho certo”.
“O livro tem as políticas macroeconómicas necessárias, as políticas que permitem transformar a função de produção, que permitem resolver uma série de problemas”. E acrescenta: “A verdadeira ambição de transformar Portugal, de pôr o país a crescer, é equiparar-se aos níveis mais desenvolvidos. A Europa, que é isso que nós temos de aspirar, é isso que temos a obrigação de aspirar, até pela história que temos. E, portanto, este livro é um contributo importantíssimo”, concluiu Carlos Alves.
Sara Monteiro deixou algumas reflexões. “Da análise que fizemos aos vários indicadores de performance do sistema nacional de inovação português, chegamos sempre à mesma conclusão, o da inovação parecer um fim em si mesma e não um meio para o crescimento da produtividade ou para o aumento sustentado do produto e da riqueza nacionais, com impacto no bem estar e inovação”.
“A inovação é também um processo cada vez mais complexo. Exige novas instituções, novas formas de governação, exige capacidades dinâmicas aos governos que consigam antecipar. Os governos devem antecipar, devem conseguir antecipar os futuros e serem flexíveis para ajustar os seus programas e as suas políticas.”
“Mais do que responder a falhas de sistema e falhas de mercado, devem ter em conta a direcionalidade da implementação dessas políticas e deste diagnóstico”, acrescentou. Um diagnóstico que põe em evidência algumas das questões prementes que estão para serem resolvidas em Portugal, nomeadamente empresas que não investem muito em investigação, desenvolvimento e inovação.
Sara Monteiro apontou ainda para a necessidade de simplificar os programas de financiamento, que são complexos e dispersos. “Propomos, portanto, em modo de agenda aquilo que designamos de Reforma do Sistema Nacional de Inovação”.
Reforma estrutural de Miguel Cadilhe não foi continuada
Carlos Tavares elogiou a “reforma estrutural de grande alcance” de Miguel Cadilhe e que “estava a produzir os seus efeitos, que infelizmente foi abandonada e revertida posteriormente”. Sobretudo ao nível de execução e de captação do bom investimento estrangeiro ou nacional pelas vias adequadas e desembaraço da administração pública, de ultrapassagem das tais burocracias que tanto se queixam mas que poucos passos são dados ou nenhuns para que sejam ultrapassadas”.
Referiu-se também ao trabalho que Daniel Bessa estava a desenvolver e que não foi continuado “e este é um dos problemas do nosso país. É que cada governo que nos chega acha que pode fazer melhor e diferente do anterior, quando há um conjunto de matérias que sobre as quais eu penso que deveríamos estar todos de acordo, que é isso que é necessário fazer. É este o espírito do que é o conteúdo deste livro, precisamente que é a importância de que as políticas sejam corretas e sejam coerentes, a importância das reformas e aquilo que é necessário fazer”.
Segundo Carlos Tavares, “toda a gente fala de reformas estruturais, mas raramente se diz quais são. O livro dá espaço concreto de propor”, sublinhando que “as reformas são boas para todos “ embora nem todos ganhem com elas. “Os governos têm de explicar isto bem e encontrar até mecanismos de compensação temporária para os perdedores, para que, com o tempo, todos concluam que as reforma são boas para todos”.
Carlos Tavares elogiou os ganhos alcançados no período da Troika fruto de uma emergência nacional de grande desequilíbrio financeiro. “O livro trata esse ponto com algum detalhe”, sobretudo ao nível das grandes reformas que estavam previstas, algumas delas invertidas por posteriores governos. “Este é um período – pré-eleitoral – é propício para se pensarem em reformas e em mudar a estrutura da nossa economia”, concluiu.
As quatro hélices da inovação
Daniel Bessa referiu-se ao livro, mais em concreto, ao capítulo da inovação e às suas quatro hélices: “Isto obriga a algum tipo de convergência e entre eles estavam as empresas na área da inovação, os institutos de investigação e de desenvolvimento e, no fim, a sociedade, as pessoas e os consumidores”.
“O problema para mim, e há muito tempo que é assim, é a falta de ambição, um problema de contentamento medíocre com resultados medíocres. E isso é o que verdadeiramente me incomoda. Olhando para estes anos que passaram, o que me incomoda mais é este contentamento medíocre com um resultado miserável”, acrescentou Daniel Bessa apontando para um ponto de partida na “consulta e estrutura da consulta” prévia ao diagnóstico: “a vontade de mudar o estado de coisas”.
Segundo o mesmo responsável, “Portugal tem um salário médio miserável Será que a política é capaz de mudar isso? Não tenho a certeza.”
Daniel Bessa disse que o livro apresenta quais são os males maiores de Portugal. “O principal dos quais é o défice de produtividade, o ‘gap’ de produtividade, os 40% de produtividade, de que nós não conseguimos sair”.
“Esta conversa de que as PME merecem tudo, que merecem coitadas, mas não é aí que vai ser feita a recuperação do nosso défice. Portugal tem que recuperar com empresas maiores, com outra dimensão, com outra capacidade de penetrar no mercado internacional, com outra capacidade para produzir marcas e para gerar valor”, conclui.
Para Luís Miguel Ribeiro o caminho a seguir está bem identificado no livro “Um caminho para Portugal”.
“Como escrevi nas notas de abertura do livro, este integra temas muito pertinentes. Creio que estão lá todos os fatores explicativos que não têm permitido a nossa convergência com os países mais desenvolvidos da União Europeia. São temas que a AEP tem vindo a acompanhar e a apresentar propostas, de forma recorrente, aos decisores políticos, em linha com o que os autores do livro defendem.”
O país está quase a ir a votos. “Ao novo Governo, aconselho vivamente a ler, a refletir e agir, tendo como pano de fundo esta importante base de trabalho”, finalizou.
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