A família envolve-se no negócio familiar;

Reflexões sobre Empresas Familiares
A família envolve-se no negócio familiar
Eduardo Loureiro
A grande maioria das empresas familiares tem em comum o facto de envolverem as pessoas da família no seu negócio.

​Esta costuma mesmo ser uma das grandes vantagens comparativas destas sociedades, em especial nos primeiros anos de vida, pois estes colaboradores:
  • trabalham e esforçam-se o nº de horas e dias que for necessário;
  • não “exigem” horas extraordinárias;
  • alguns são compensados com os próprios produtos ou simples agradecimentos;
  • muitos assumem-se como comerciais, divulgando e vendendo os produtos às suas redes de contacto;
  • outros até emprestam o dinheiro necessário às primeiras necessidades.
A resposta dos inquiridos pelo estudo da Atrevia (Os valores e a comunicação na empresa familiar), quando questionados sobre existência de trabalhadores familiares na empresa, foi unânime: todas as suas empresas incluem familiares no quadro de colaboradores.
Esta resposta era expectável. Depois de ultrapassadas as grandes exigências iniciais (para além de recorrências pontuais), o envolvimento dos familiares é privilegiado por três grandes ordens de motivação:
  1. acreditamos que o seu empenho é sempre muito mais sólido;
  2. os níveis de confiança são normalmente mais profundos;
  3. gostamos de ajudar as pessoas que nos são próximas.   
Tudo isto apesar de sabermos que se alguma das expectativas não é alcançada o impacto da sua resolução será, normalmente, mais doloroso para todos: empresa, familiar e decisor ou proprietário.

As Cavacas e os Beijinhos das Caldas têm origem nas irmãs Rosalina e Gertrudes Carlota, doceiras na Corte que, após o assassinato do rei D. Carlos, perderam o emprego. Regressaram à sua terra natal e começaram a produzir e a vender doces no largo do Hospital Termal das Caldas da Rainha, longe de imaginarem que um deles se iria transformar numa imagem de marca da própria cidade.
A Fábrica de Cavacas das Caldas tem as suas origens em 1967, nos sogros de Eduardo Loureiro, que foram quem lhe ensinou os segredos do negócio. Desde 1982 que Eduardo nunca mais parou. Inicia o dia às 6h30 para dar um toque especial à massa e que uma hora mais tarde começa a ser trabalhada pelos seus empregados.
A fábrica tem ainda associada a Confeitaria Monteverde, adquirida anos mais tarde, faturando em conjunto mais de J1,2 milhões. Um crescimento anual de 20%, nos últimos anos, potenciado pela venda noutros pontos de distribuição e na internacionalização, esgotaram a capacidade de produção, o que levou ao investimento de cerca de um milhão de euros em novas instalações, a inaugurar ainda este ano.
Com 57 anos, Eduardo ainda não conseguiu fazer o que os sogros fizeram com ele – passar os conhecimentos a outros. A pensar na continuidade, gostaria de ver sucessores na família, algo que até à data ainda não conseguiu assegurar.

Temas para reflexão:

  • Que familiares estarão interessados em dar continuidade ao negócio?
  • Como preparar adequadamente esses familiares para assumirem a atividade e a empresa?
  • E se ninguém da família estiver interessado em assumir o negócio?
António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.pt
pt.linkedin.com/in/antonionogueiradacosta/
http://www.facebook.com/ajncosta
 

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
Porto   http://www.efconsulting.pt
 
 
Partilhar
Comentários 0