As mulheres e as equipas de gestão da empresa familiar;

Reflexões sobre Empresas Familiares
As mulheres e as equipas de gestão da empresa familiar
Uma equipa de gestão que incorpore mulheres é distinta das suas congéneres masculinas. 
O estudo da Ernst and Young (“Women in leadership - The family business advantage”) constatou que, das empresas que nele participaram, 16% dos membros da equipa de gestão são mulheres, representando uma média de mais de uma por órgão de gestão.
 
A outra perspetiva de leitura deste dado é reflexo duma realidade: a participação do género feminino nos órgãos de topo das organizações ainda está muito aquém do que seria expectável.
Uma investigação de 2002 de Maria Bezerra de Menezes (“Mulher, poder e subjetividade”), doutora em Psicologia Social pela PUC-SP, procurou analisar a possível descaracterização subjetiva das mulheres executivas da Caixa Económica de Fortaleza, para verificar em que medida podiam estar a assumir atitudes pouco femininas para corresponder à lógica do mercado, tradicionalmente organizada dentro de parâmetros masculinos. Os resultados indicaram que essas executivas:
  • sentiam-se seguras como mulheres, 
  • consideravam existir menos discriminação nas relações de trabalho, 
  • exerciam o poder sem perda de sua singularidade, 
  • sentiam que o maior diferencial é a competência.
Por outro lado, consideraram diferenciar-se dos homens sobretudo por características de liderança onde predominam a sua capacidade de comunicação, flexibilidade, criatividade e orientação para a ação. A sua evolução enquanto profissional está a suportar-se em estratégias inovadoras, de que é exemplo a solidariedade ao lidar com as equipas de trabalho - considerado um fator contributivo para o êxito das empresas.
Este contexto indicia que caminhamos a passos largos para a paridade futura e não creio ser miragem uma situação de inversão de papéis onde a mulher estará em maior representatividade nos órgãos de gestão de muitas organizações.

A Conduril - Engenharia,SA, fundada por António Amorim em 1959, é uma empresa que desenvolve a sua atividade no domínio da Engenharia Civil, tendo como principal objetivo ser uma das melhores empresas portuguesas de engenharia.
Esta visão é suportada num conjunto de valores “… franqueza, confiança e responsabilização alicerçada numa cultura de Integridade que significa: Honestidade, Transparência, Justiça e uma rigorosa adesão às regras e aos regulamentos”.
Em 2014 possuía um capital social de 10 milhões de euros, alcançou um volume de negócios na ordem dos €200 milhões, 93% dos quais gerados no exterior e um resultado líquido de €29,5 milhões. De salientar que nesse ano suportou com o imposto sobre o rendimento cerca de €14,3 milhões.
O Conselho de Administração, liderado pelo fundador, possui 8 membros com as seguintes caraterísticas:

  • 25% de mulheres,
  • 63% de membros independentes da família.
A Comissão Executiva é composta por todos os membros do Conselho de Administração, com exceção de António Amorim, destacando-se a participação de duas mulheres que assumem as duas principais funções:
  • CEO - Benedita Amorim Martins,
  • Vice-Presidente - Luísa Amorim Martins.
Nos últimos anos a Conduril tem sido considerada, nos rankings da Revista Exame, a melhor empresa de construção e uma das melhores para se trabalhar.

Temas para reflexão:
  • Os nossos órgãos de gestão integram mulheres de forma natural?
  • Os gestores estão preparados para considerarem e atuarem de forma igualitária com gestoras?
  • Como dinamizar as equipas mistas de gestão? 
António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.pt
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http://www.facebook.com/ajncosta
 

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
Santiago – Porto   www.efconsulting.pt
 
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