Quando se aborda a temática dos negócios familiares, um dos assuntos que mais se destacam está associado aos problemas da sua continuidade ou, duma forma mais direta, à ideia da sua enorme taxa de mortalidade. De facto, quase todas as referências internacionais fixam-se muito na grande taxa de insucesso de sobrevivência e continuidade das empresas familiares nas mãos da família fundadora.
Os executivos que participaram no estudo da Edelman também reconheceram que, quando comparada com outras organizações, as empresas familiares normalmente duram menos tempo.
Este “índice de mortalidade” ultrapassa muitas vezes os 70% a 80%, quando se analisa na pespetiva da continuidade para a 3ª geração, e é essencialmente nos períodos transitórios – de liderança e propriedade, que estas entidades mais se deixam abater. Um estudo da Comunidade Europeia de 2006 salientava que “…um terço dos empresários da União Europeia abandonará a atividade nos próximos dez anos. … este abandono afectará anualmente 690 000 PME e 2,8 milhões de empregos anualmente”.
Estes números são impactantes e merecedores de uma enorme reflexão e, mais que tudo, implementação de algumas “vacinas” preventivas deste provável vaticínio.
A Agência Abreu, fundada no Porto, em 1840, pelo Sr. Bernardo de Abreu, ainda hoje pertence à mesma família e descendentes diretos da quinta geração. Iniciou as suas atividades no reinado de D. Maria II de Portugal, época de grande emigração do Norte de Portugal e da Galiza para a Venezuela e para o Brasil, resultante da visão do seu fundador para tratar dos passaportes, dos vistos de emigração e da passagem de navio. O incremento da aviação comercial, em especial no pós-Segunda Guerra, permitiu que a empresa entrasse nas viagens de grupo, em especial para atender aos pedidos brasileiros de realização de viagens pela Europa. Num negócio altamente competitivo, a família Abreu conseguiu manter a hegemonia e controlo daquela que é a maior e mais antiga agência de viagens portuguesa. |
Temas para reflexão:
• Pretendemos assegurar a longevidade da nossa empresa?
• O que estamos a fazer para assegurar a sua continuidade?
• Os nossos descendentes estão a ser implicados nessa vontade?
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.es
Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
Santiago – Porto www.efconsulting.pt
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