Uma mulher é uma excelente sucessora de um grande homem;

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES
Uma mulher é uma excelente sucessora de um grande homem
É difícil falar-se de uma empresa familiar e não se associar de imediato um rosto associado à sua liderança. 
Normalmente, a figura mais marcante, e que se tende a perpetuar, é a do fundador da empresa. 
Contudo, enquanto a entidade se pode manter de uma forma eterna, os seus líderes são sempre efémeros: tradicionalmente cerca de 50 anos nos casos dos fundadores e entre 25 e 30 anos nas gerações seguintes.
Perante esta evidência, as sociedades familiares devem ter presentes as seguintes necessidades:
  • Selecionar e preparar potenciais sucessores;
  • Decidir qual deles será o próximo rosto;
  • Preparar o período de coexistência de líder atual e futuro;
  • Assegurar de forma pacífica a saída do líder atual;
  • Apoiar a nova liderança.
A existência de vários e bem preparados potenciais líderes torna mais difícil a decisão de escolher um deles, mas incrementa em muito a probabilidade de uma melhor seleção. 
O período de convivência de líderes de distintas gerações é muito importante, pois é a melhor via de se transmitir e aproveitar o conhecimento acumulado e, ao mesmo tempo, de integrar novas práticas e de evoluir e fortalecer o negócio.
Chegado o momento de passagem de testemunho, o papel da família empresária assume maior preponderância no apoio aos dois protagonistas: sucedido na redução da sua atividade e sucessor na assunção das suas novas funções e responsabilidades.
Nos últimos anos as sociedades familiares têm vindo a demonstrar duas tendências:
  • Tratar a mudança geracional de forma profissional e não a deixar ao acaso da natureza e
  • Considerar as mulheres em igualdade de circunstâncias na oportunidade de liderar o negócio familiar.

O ano 1980 foi marcante para Manuel Painhas: comprou uma pequena empresa de comercialização de material elétrico e foi pai pela primeira vez. 
Volvidos cerca de 30 anos, a filha primogénita e “irmã gémea da empresa”, Helena Painhas, é já o rosto a marcar a liderança executiva da empresa, assumindo o seu pai o lugar de chairmain.
Sendo a mais velha das cinco filhas de Manuel, acabou por seguir o mesmo percurso académico do pai: licenciar-se em Engª Eletrotécnica na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Habituada a assistir a tudo o que se passava na empresa, não foi de estranhar que o fundador a tenha identificado, desde muito cedo, como a sua natural sucessora na liderança dos negócios.
Sentiu as dúvidas de pessoas que viam com enorme dificuldade uma mulher ter as capacidades adequadas para liderar e fazer prosperar um grupo económico, que atua em áreas onde o reinado masculino impera.
A sua preparação não passou somente pelo trabalho acompanhado na empresa da família, tendo-se suportado também nas diversas formações em distintas áreas de gestão.
Atualmente o grupo de empresas conta com mais de 2000 colaboradores em Portugal, diretos e indiretos, estando também presente em Angola, Espanha, Arábia Saudita e Qatar, onde opera em toda a cadeia de valor nas infraestruturas de Energia e das Telecomunicações.

Temas para reflexão:
  • Quem é o rosto mais marcante da nossa empresa?
  • Estamos a preparar os próximos potenciais sucessores?
  • Incluímos e tratamos de igual forma as candidatas femininas?

António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.pt
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http://www.facebook.com/ajncosta
 

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
Santiago – Porto   www.efconsulting.pt

 

 

 
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