A cultura da empresa familiar pode ser um fator diferenciador
As empresas familiares são geralmente tipificadas como um sinónimo de tradição.
Se se atender ao significado desta palavra “via pela qual os factos ou os dogmas são transmitidos de geração em geração sem mais prova autêntica da sua veracidade que essa transmissão”, (dicionário Priberam), pode-se considerar que, pelo menos a primeira parte, retrata uma das vontades das famílias empresárias: passar a sua cultura e os seus valores de geração em geração e assegurar que estes fatores se refletem de forma intensa nas respetivas sociedades.
Mas este contexto não significa que estas sociedades parem no tempo e façam tudo como os seus ancestrais - pelo contrário, se assim fizerem estão a aumentar em muito a sua probabilidade de insucesso. O que se espera é que as novas gerações tenham capacidade de manter e ir ajustando e reforçando os valores ao longo dos tempos, dinamizando os negócios de acordo com o que os seus líderes considerem ser as melhores vias para a sua sustentabilidade.
Existem sociedades familiares centenárias que subsistem mudando de atividade e outras mantendo-se sempre no mesmo negócio (Hōshi Ryokan é a empresa mais antiga do mundo - 1300 anos e está na mesma família há 46 gerações – desde sempre como uma pousada tradicional, que atualmente possui por exemplo um spa), sendo caraterizadas pela capacidade de se adaptarem e manterem competitivas. Se atuassem de outra forma certamente teriam sucumbido.
Temas para reflexão:
• Os nossos princípios são fatores de coesão e estão refletidos na nossa empresa?
• A interpretação e a utilização dos valores pelos líderes da empresa são ajustadas?
• Como assegurar o seu reflexo e a sua passagem ao longo das várias gerações?
António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.pt
pt.linkedin.com/in/antonionogueiradacosta/
http://www.facebook.com/ajncosta
Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
Santiago – Porto www.efconsulting.pt
Mas este contexto não significa que estas sociedades parem no tempo e façam tudo como os seus ancestrais - pelo contrário, se assim fizerem estão a aumentar em muito a sua probabilidade de insucesso. O que se espera é que as novas gerações tenham capacidade de manter e ir ajustando e reforçando os valores ao longo dos tempos, dinamizando os negócios de acordo com o que os seus líderes considerem ser as melhores vias para a sua sustentabilidade.
Existem sociedades familiares centenárias que subsistem mudando de atividade e outras mantendo-se sempre no mesmo negócio (Hōshi Ryokan é a empresa mais antiga do mundo - 1300 anos e está na mesma família há 46 gerações – desde sempre como uma pousada tradicional, que atualmente possui por exemplo um spa), sendo caraterizadas pela capacidade de se adaptarem e manterem competitivas. Se atuassem de outra forma certamente teriam sucumbido.
A Atlanta é a maior empresa da Península Ibérica especializada no desenvolvimento e produção de solas para a indústria do calçado. Aquando da sua fundação, em 1995 e na Lixa, contava apenas com 2 máquinas, 5 funcionários e uma capacidade produtiva na ordem dos 700 pares por dia de solas monocolor. Fruto da ousadia, originalidade, complexidade técnica, qualidade e design das suas coleções próprias, a Atlanta possui atualmente uma capacidade de produção de 20.000 pares de solas/dia, monocolores, bicolores ou tricolores. Para chegar a este número, só com uma forte cultura suportada em dois grandes pilares: - parcerias: “contribuir para o sucesso dos nossos clientes” - inovação: “Disponibilizar à indústria do calçado soluções, materiais e tecnologias inovadoras e adaptadas às suas necessidades.” Esta filosofia, explicada pela gerente Joana Meireles, implica possuir equipas dedicadas à I&D e Inovação, em parceria com o sistema científico nacional e o Centro Tecnológico do Calçado e a sua proteção através de registos de patentes. Desde 2003 foram registados no principal organismo europeu de harmonização 4.400 produtos ou modelos, envolvendo todos os setores de atividade, sendo que cerca de 25% são da Atlanta. Mas ser inovador também tem os seus custos: os seus produtos são alvo de forte cópia, o que levou a empresa a deixar de participar em feiras (“além das fotografias até roubavam as solas”), a apresentar os novos modelos num hotel, até chegar ao modelo atual no qual os clientes visitam a própria empresa. |
Temas para reflexão:
• Os nossos princípios são fatores de coesão e estão refletidos na nossa empresa?
• A interpretação e a utilização dos valores pelos líderes da empresa são ajustadas?
• Como assegurar o seu reflexo e a sua passagem ao longo das várias gerações?
António Nogueira da Costa
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