Orientação para resultados é fator de sucesso no recrutamento;

Orientação para resultados é fator de sucesso no recrutamento

A possibilidade que os candidatos têm para “se darem a conhecer ao mundo, e não apenas às empresas portuguesas”, conta-se entre as principais tendências de recrutamento. Numa palestra realizada na Faculdade de Economia do Porto, no âmbito do evento Porto de Emprego 2013, Ângela Gago e Ângela Marçal, consultoras, respetivamente, da Hay Group e Talent City, deram a conhecer as preferências das empresas e como funcionam os diferentes processos de seleção.

E, em suma, as empresas “procuram resiliência, ‘fast learning’ e ‘fast results’”, disse Ângela Marçal a uma plateia formada sobretudo por estudantes daquela faculdade. Aos jovens, aquela consultora revelou que “idade, escola e média são o primeiro crivo de seleção”, sendo que “a média é importante, mas não tanto” como os restantes elementos. Aliás, disse, “pode acontecer que um aluno de 12 fique à frente de um aluno de 18 valores”.
Sobretudo, as empresas procuram “maturidade”, depreendendo-se que candidatos com mestrado saem a ganhar, pois “assume-se que têm maior maturidade”. Por sua vez, os candidatos devem apresentar às empresas “aquilo que estão dispostos a fazer e o nível de compromisso que querem assumir”; em paralelo, uma “postura de humildade” é desejável. A presença em redes como o LinkedIn é obrigatória e os candidatos devem traçar “um ‘business plan’ pessoal”.

Capacidade de adaptação

O mercado empresarial guarda ainda um certo “ceticismo quanto à componente prática dos recém-licenciados”, analisou Ângela Gago, do Hay Group. Por isso aconselhou os candidatos a demonstrarem “o que sabem de facto fazer”.
Na sua perspetiva, o mercado “valoriza a capacidade de adaptação dos recém-licenciados ao mundo empresarial”, sendo que “o profissional com talento está verdadeiramente comprometido com o projeto da empresa e põe em prática as suas competências, atuando com proatividade e rapidez aos estímulos do mercado”.
Aquela consultora disse que, se, no passado, a seleção era feita com ênfase “na análise dos conhecimentos técnicos e especializados, aptidões e experiência”, direcionada para o QI, atualmente as empresas “valorizam as funções de trabalho multidisciplinar, com ênfase nas competências relacionais, cultura e estratégia”; assim, a seleção faz-se com base na “adequação do perfil de competências da pessoal à função”, dando maior ênfase ao chamado Quociente Emocional (QE).
Segundo a mesma especialista, “a correlação entre QI e nível de eficácia apresentado pelas pessoas com desempenho profissional superior não ultrapassa os 25%”.

Marc Barros marcbarros@vidaeconomica.pt, 18/04/2013
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