A sucessão dos cargos executivos na empresa familiar é baseada no mérito e independente das relações familiares?;

Reflexões sobre Empresas Familiares
A sucessão dos cargos executivos na empresa familiar é baseada no mérito e independente das relações familiares?
As respostas ao estudo da Egon Zehnder refletem que somente uma em cada quatro empresas familiares possui regras claras para a integração de não familiares nos seus quadros executivos.

Conhecendo-se as caraterísticas tradicionais dessas sociedades, especialmente a referente à tendência para a liderança ser assegurada pela família, estes dados não são de estranhar.
Contudo, existem situações nas quais a participação de um gestor externo pode apresentar valor acrescentado, de que se pode salientar:
na entrada de uma nova área de negócio ou mercado
na implementação de um órgão de governo em equipa de familiares, como elemento isento e moderador de determinadas situações;
num período transitório de passagem de testemunho geracional.
Independentemente do motivo, existem dois importantes fatores a ter em devida consideração:
a pessoa não ter laços de amizade com os elementos da família proprietária e
a sua seleção não contar com a oposição de nenhum dos sócios de referência.


A Bial foi fundada em 1924 por Álvaro Portela. O seu filho António assume a presidência da empresa em 1962 e, em 1979, devido ao seu desaparecimento súbito, sucede-lhe o filho Luís Portela, que, em 2011, cede o cargo de CEO ao seu filho António.
Esta linha sucessória identifica a liderança máxima entregue sempre a uma pessoa da Família Portela, contudo, contrariamente ao tradicional das sociedades de base familiar, na Bial a maioria dos elementos do Conselho de Administração são independentes da família.
Exemplo recente desta prática está na contratação, em inícios de 2015, para este órgão e como membro não executivo, de Franz Humer. Este profissional é uma das personalidades mais respeitadas na indústria farmacêutica - foi CEO e chairman da multinacional Roche e desempenhou funções de gestão na Shering Plough e na GlaxoSmithKline – e a sua integração tem por fim reforçar a estratégia de internacionalização da Bial para a próxima década.
Doutor em Direito, com um MBA pelo INSEAD, mereceu de Luís Portela, Chairman da Bial, o comentário “é uma honra poder contar com a experiência do Dr. Franz Humer, que dedicou a sua carreira profissional à indústria farmacêutica em grandes empresas multinacionais de inovação … a sua entrada é especialmente relevante para Bial, constituindo um reconhecimento do trabalho que temos vindo a desenvolver”.
A Bial tem capacidade de atrair pessoas de prestígio mundial, como acabou por ser recohecido por Franz Humer, “fazer parte do Conselho de Administração da Bial é um desafio. A Bial é uma empresa que acompanho há muitos anos e que tem tido um percurso notável, alicerçado numa estratégia de longo prazo centrada na investigação e desenvolvimento, algo pioneiro em Portugal. Espero poder dar o meu contributo para o seu fortalecimento, sobretudo nos mercados internacionais”.

Temas para reflexão:
• A gestão da minha empresa seria mais eficiente se incorporasse independentes?
• Que perfil de pessoa seria o mais ajustado?
• A família possui elementos com as competências ajustadas ao futuro desejado para a empresa?

António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.es
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Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
Santiago – Porto   www.efconsulting.pt
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