Sobrinho (Dimas) sucede a sobrinho (Isidoro) do fundador do El Corte Inglés
Em menos de uma semana desapareceram dois grandes empresários espanhóis: Emílio Botín – o grande dinamizador da internacionalização do banco Santander – e Isidoro Álvarez -o responsável pelo crescimento orgânico do El Corte Inglés e quem deu o primeiro passo para a sua passagem de fronteiras em direção a Portugal.
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Nascido numa família de agricultores de oito filhos, em 1920 emigrou com dois irmãos para Cuba.
O seu tio César conseguiu que fosse trabalhar como aprendiz (como contrapartida de comida e dormida) nos armazéns “El Encanto”, onde era gerente.
Esta ligação permitiu-lhe uma estadia nos Estados Unidos e Canadá para melhorar as relações comerciais da empresa, estudar os mercados e abrir delegações.
Regressado a Espanha, compra e transforma a alfaiataria recorrendo ao modelo dos armazéns que bem conhecia, distribuindo as vendas por departamentos e suportando-se no serviço ao cliente. Nos anos 60 alargava a sua presença a Barcelona, Sevilha e Bilbao.
Em 1973 um problema de saúde leva-o a passar o testemunho ao seu sobrinho Isidoro Álvarez. Anos mais tarde, cria a Fundação Ramón Areces, dedicada a fomentar a investigação científica e técnica, a educação e a cultura, a quem legou a sua participação no El Corte Inglês (à data a mais relevante empresa espanhola de capital privado).
Isidoro promoveu o grande crescimento orgânico, tendo em 1995 adquirido o seu rival de sempre: Galerias Preciados que estava a sucumbir.
Com o seu desaparecimento aos 79 anos, sucede-lhe o sobrinho Dimas que foi um dos responsáveis pela abertura das lojas de Lisboa e Porto. Com 39 anos, este jovem gestor tem nas suas mãos o destino de mais de 93.000 empregados (64% mulheres), sendo muitos deles seus acionistas, um volume de negócios superior a 14 mil milhões de euros e dois grandes desafios: impulsionar a internacionalização e a abertura de capital em bolsa.
Temas para reflexão:
• A nossa empresa está apta a uma mudança de timoneiro?
• Preparámos várias pessoas para poderem assumir a liderança da sociedade?
• Os potenciais sucessores estão aptos a conduzir o negócio?
António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
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Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
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