“Portugal precisa de um pacto de regime”

“Existe o risco de o país entrar em ciclos políticos curtos e de as decisões serem permanentemente adiadas” afirma António Mendonça.
O mote está lançado. António Mendonça, Bastonário da Ordem dos Economistas, realça que a eleição para as legislativas de 10 de março “pode abrir o país para ciclos políticos de curta duração e continuação de adiamento de decisões”.
“O país precisa de um pacto de regime!”, disse António Mendonça, Bastonário da Ordem dos Economistas, no mais recente almoço-debate do International Club of Portugal – ICPT. Existe o risco de o país entrar em ciclos políticos curtos e de as decisões serem permanentemente adiadas. Subordinado ao tema “Portugal e os desafios do presente. O papel dos economistas”, o bastonário salientou a importância da profissão e dos profissionais na “produção de bom senso”. Acredita que a sociedade portuguesa continua a “destruir alicerces enquanto se assiste à degradação contínua das instituições”, para acrescentar que “tudo aponta para que a atual crise política seja a crise sistémica de há várias décadas”. No caso da administração pública, aquilo que se verifica é a “erosão do prestígio social, com estagnação das carreiras e pela substituição da experiência pela confiança política”. E frisa ser necessário “parar para pensar como gerar consensos”.
António Mendonça aproveitou o palco do ICPT para recordar que as últimas projeções da União Europeia apontam para uma forte desaceleração na região com perspectivas de crescimento anual que não irão além dos 0,6% do PIB, e as perspectivas para 2024 e 2025 são medíocres, podendo mesmo haver revisões em baixa. Em Portugal regista-se uma perda de dinamismo, enquanto os preços continuam a cair com o IPC de outubro a fixar-se nos 2,3%. Ainda assim, frisa António Mendonça, a economia portuguesa tem apresentado uma boa performance quando comparada com o crescimento dos países de referência. Por outro lado, há um efeito positivo a título de equilíbrio macroeconómico com uma taxa de crescimento do PIB a par do crescimento da inflação dos últimos meses e que teve um efeito positivo no rácio da dívida. Disse ainda o economista que o país não pode cair na tentação de sobrevalorizar resultados devido à baixa taxa média de crescimento. Aliás, durante o período de 1986 e 1998, o país convergiu com a UE, com o PIB a crescer a uma média de 5%, mas depois disso e até 2022 a taxa média de crescimento do produto não foi além de 1%, contra 1,5% da UE e 1,4% da Zona Euro. Por outro lado, adverte ainda António Mendonça a subespecialização do turismo no mercado de trabalho tem conduzido à saída do país de mão-de-obra qualificada e trocada por mão-de-obra indiferenciada e por precariedade. Disse ainda que o país tem tido um investimento fraco na digitalização e que apresenta pouco valor acrescentado.
Relativamente ao OE2024, saúda a criação de margem com folga para financiamento para o fluxo adequado ao ciclo económico até 2026. Diz que esta é uma ideia positiva desde que “este não seja mais um fator de adiamento de projetos”.
Em termos globais o bastonário da Ordem dos economistas frisa a necessidade de promover uma grande reforma da administração pública e a recuperação dos projetos estruturantes antigos como seja Alqueva e Sines. E sobre a Ordem dos Economistas disse que este organismo “funciona como catalizador daquilo que é a produção de bom senso” e procura “introduzir rigor e ética”.
António Mendonça aproveitou o palco do ICPT para recordar que as últimas projeções da União Europeia apontam para uma forte desaceleração na região com perspectivas de crescimento anual que não irão além dos 0,6% do PIB, e as perspectivas para 2024 e 2025 são medíocres, podendo mesmo haver revisões em baixa. Em Portugal regista-se uma perda de dinamismo, enquanto os preços continuam a cair com o IPC de outubro a fixar-se nos 2,3%. Ainda assim, frisa António Mendonça, a economia portuguesa tem apresentado uma boa performance quando comparada com o crescimento dos países de referência. Por outro lado, há um efeito positivo a título de equilíbrio macroeconómico com uma taxa de crescimento do PIB a par do crescimento da inflação dos últimos meses e que teve um efeito positivo no rácio da dívida. Disse ainda o economista que o país não pode cair na tentação de sobrevalorizar resultados devido à baixa taxa média de crescimento. Aliás, durante o período de 1986 e 1998, o país convergiu com a UE, com o PIB a crescer a uma média de 5%, mas depois disso e até 2022 a taxa média de crescimento do produto não foi além de 1%, contra 1,5% da UE e 1,4% da Zona Euro. Por outro lado, adverte ainda António Mendonça a subespecialização do turismo no mercado de trabalho tem conduzido à saída do país de mão-de-obra qualificada e trocada por mão-de-obra indiferenciada e por precariedade. Disse ainda que o país tem tido um investimento fraco na digitalização e que apresenta pouco valor acrescentado.
Relativamente ao OE2024, saúda a criação de margem com folga para financiamento para o fluxo adequado ao ciclo económico até 2026. Diz que esta é uma ideia positiva desde que “este não seja mais um fator de adiamento de projetos”.
Em termos globais o bastonário da Ordem dos economistas frisa a necessidade de promover uma grande reforma da administração pública e a recuperação dos projetos estruturantes antigos como seja Alqueva e Sines. E sobre a Ordem dos Economistas disse que este organismo “funciona como catalizador daquilo que é a produção de bom senso” e procura “introduzir rigor e ética”.
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