Bankinter está a aumentar crédito às empresas
Não faz sentido para nós distinguir setores de atividade bons e maus. Existem boas empresas em qualquer setor de atividade e, da mesma forma, empresas menos boas – considera Alberto Ramos. Em entrevista à “Vida Económica” o country manager do Bankinter Portugal destaca a aposta no financiamento da atividade produtiva.
Para Alberto Ramos, o crédito às empresas é uma prioridade incluindo nas operações de financiamento a longo prazo, contrariando a tendência de outros bancos que estão a encurtar os limites máximos no crédito ao setor produtivo.
O country manager do Bankinter admite que a estrutura em Portugal vai continuar a crescer e poderá apoiar as operações do banco em outros países.
Para Alberto Ramos, o crédito às empresas é uma prioridade incluindo nas operações de financiamento a longo prazo, contrariando a tendência de outros bancos que estão a encurtar os limites máximos no crédito ao setor produtivo.
O country manager do Bankinter admite que a estrutura em Portugal vai continuar a crescer e poderá apoiar as operações do banco em outros países.
Vida Económica - Qual tem sido a evolução da atividade do Bankinter no financiamento das empresas?
Alberto Ramos - O segmento das empresas é importante em termos da estratégia de crescimento do Bankinter em Portugal. É cada vez mais relevante e corresponde também à realidade da banca em Espanha. Veja bem: Começou há 60 anos como um banco de empresas, uma joint venture industrial para servir as empresas.
Em Espanha, é a linha de negócio com o maior contributo para os nossos resultados. Em Portugal, como nós iniciámos a operação através da compra da operação do Barclays Bank, era um negócio muito voltado para particulares e pouco para empresas. Tivemos de construir quase todas as capacidades para servir as empresas portuguesas.
Dedicámos vários anos a construir a oferta, a ter ferramentas de gestão, informação, e o negócio de empresas foi crescendo. Hoje, já representa mais de 40% do nosso negócio, o que nos deixa muito satisfeitos e otimistas em relação ao futuro, pois acreditamos que vamos continuar a crescer e apoiar as empresas portuguesas.
VE - O objetivo é atingir em Portugal uma quota de mercado semelhante à de Espanha?
AR - Em Espanha, o peso das empresas é ainda maior na atividade, com um contributo significativo para os resultados do banco. No caso português, ultrapassámos os 40%, num curto espaço de tempo e partindo quase do zero, o que é um bom indicador da qualidade do trabalho que temos desenvolvido. As soluções que apresentamos às empresas são boas e estamos confiantes no futuro.
VE - O Bankinter contraria a tendência seguida por vários bancos que preferem apostar no crédito aos particulares em detrimento das empresas onde existe maior risco?
AR - O crédito às empresas envolve maior risco do que o crédito aos particulares. No caso do crédito hipotecário, é mais seguro, pois está mais garantido. Os dados confirmam isso, mas estamos a falar de negócios com características muito diferentes. Temos de avaliar as empresas de forma distinta dos particulares, mas os números de sinistralidade mostram maior risco do lado das empresas.
VE - A maioria dos bancos tem vindo a reduzir os prazos máximos de financiamento às empresas com limites de 8 ou 10 anos. Essa limitação compromete o financiamento das empresas nos casos em que o retorno do investimento é mais longo?
AR - Em relação aos prazos de financiamento, no Bankinter não há uma tendência clara de redução. As necessidades de investimento de longo prazo continuam a ser uma realidade, e nós temos capacidade para responder a essas necessidades, tanto a curto como a longo prazo. Cada caso deve ser analisado em função da dimensão dos investimentos e das necessidades específicas dos clientes.
Existem bancos com instruções internas para não conceder crédito acima de determinados prazos, mas, no nosso caso, essa não é a realidade. Temos regras prudenciais para garantir a gestão criteriosa dos recursos, financiando os projetos certos para gerar riqueza. Avaliamos cada projeto de forma cuidadosa para minimizar riscos.
VE - Quais são os setores de atividade com melhores perspetivas de crescimento?
AR - Não faz sentido para nós distinguir setores bons e maus. Encontramos boas empresas em qualquer setor de atividade e, da mesma forma, empresas menos boas. Estamos focados em apoiar empresas inovadoras e com boas ideias, independentemente do setor.
Temos crescido significativamente no volume de negócios em Portugal, praticamente triplicando desde o início da nossa operação. Este crescimento reflete o bom trabalho realizado e a nossa capacidade de continuar a crescer no futuro.
VE - O facto de o Bankinter estar presente em vários países permite aos colaboradores em Portugal de desenvolver carreiras fora do país?
AR - Existem oportunidades para os portugueses trabalharem em outros países onde o Bankinter está presente, como Luxemburgo, Irlanda ou Espanha. Temos processos internos de recrutamento e promovemos a mobilidade entre as diferentes operações do grupo.
Estamos também atentos à fuga de talentos de Portugal. Temos investido na formação e retenção de jovens talentos, oferecendo programas de integração e desenvolvimento de carreira dentro do banco, o que tem permitido atrair e manter pessoas com potencial.
Em termos de operações, ainda não desenvolvemos plataformas de prestação de serviços para outros mercados a partir de Portugal, mas é algo que poderá acontecer no futuro, com o crescimento de novas geografias como a Irlanda.
Inovação tecnológica apoia as empresas
O Bankinter tem vindo a consolidar a sua posição em Portugal no segmento da banca de empresas, apresentando-se como um dos principais players com uma oferta diferenciada e adaptada às necessidades do tecido empresarial português. Desde que iniciou operações no país, em 2016, após a aquisição do negócio bancário do Barclays, o Bankinter posicionou-se como uma alternativa, ganhando relevância junto de empresas que procuram soluções financeiras personalizadas e apoio especializado. O Bankinter tem também apostado na inovação tecnológica, fator diferenciador no atual ambiente bancário. Através da digitalização dos seus serviços, a instituição disponibiliza ferramentas modernas de gestão financeira que permitem às empresas um acompanhamento contínuo das suas operações bancárias. Estas plataformas digitais facilitam o acesso a soluções como a gestão de tesouraria, pagamentos internacionais e financiamento de curto e médio prazo, ajudando as empresas a otimizar os seus processos financeiros. O banco tem estado ativo na promoção do financiamento sustentável, promovendo produtos financeiros orientados para a sustentabilidade ambiental e social. Esta estratégia de alinhamento com as novas exigências do mercado tem reforçado a imagem do Bankinter como uma instituição atenta ao impacto a longo prazo das suas operações. |
Conferência “Glocal: Inovação,
Aceleradores e Novos Financiamentos” reuniu empresários e gestores em Aveiro O Museu Vista Alegre, em Aveiro, foi palco da conferência “Glocal: Inovação, Aceleradores e Novos Financiamentos”, organizada pelo Bankinter em parceria com a Bridgewhat. O evento, reuniu empresários e gestores de várias indústrias com o objetivo de discutir as novas tendências e oportunidades para impulsionar os negócios num contexto global, mas com foco nas dinâmicas locais. A conferência teve a intervenção de António Teixeira. Os casos de inovação foram debatidos por Paulo Morgado e Ricardo Oliveira. Os aceleradores de inovação foram analisados por Sérgio Coelho, Jorge Portugal e Nuno Tomás. A inovação tecnológica e os aceleradores empresariais podem ser catalisadores de crescimento e como novos instrumentos de financiamento podem suportar a expansão das empresas para novos mercados. O debate destacou o papel estratégico do Bankinter no apoio ao setor empresarial, oferecendo soluções financeiras inovadoras que ajudam as empresas a expandir-se, adaptando-se às especificidades de cada mercado. “Estas iniciativas de proximidade com os clientes são fundamentais para nós. O que realmente faz a diferença é o apoio, o aconselhamento e o conhecimento próximo das necessidades dos clientes. Isso permite-nos encontrar as soluções mais adequadas e aprender com as inovações que os clientes trazem” – disse Alberto Ramos. |