“Private banking do Bankinter Portugal tem espaço de crescimento”
“O private banking do Bankinter Portugal tem espaço de crescimento”, de acordo com Paulo Rodrigues, diretor da banca comercial da filial nacional da entidade financeira espanhola. “A recuperação e o crescimento da economia estão a permitir o crescimento gradual de clientes neste segmento, a que acresce um número muito significativo de clientes que, por terem os seus investimentos diversificados por vários bancos, não estão a ser servidos com soluções especificamente pensadas para o seu nível global de património financeiro”, refere, em entrevista à “Vida Económica”.
Vida Económica – Qual tem sido a evolução do private banking do Bankinter Portugal?
Paulo Rodrigues – A evolução do private banking do Bankinter Portugal está alinhada com a estratégia do grupo, que considera o private banking como um dos principais pilares da sua atividade. Nesse sentido, reforçámos a equipa com um conjunto de private bankers com larga experiência no serviço aos clientes deste segmento e passámos a cobrir geograficamente todo o território nacional, num modelo de proximidade com os nossos clientes, também assente nas 81 agências Bankinter distribuídas pelo continente e ilhas. Fruto dessa estratégia e da nossa dinâmica, crescemos cerca de 15% em termos do volume de negócios sob gestão nos últimos 12 meses.
VE – Aproveitaram o trabalho feito pelo Barclays?
PR – Com o Bankinter mantivemos os rigorosos padrões de serviço, bem como a forma de gestão, com um grande foco no cliente. A esta base acrescentámos a abordagem Bankinter, com uma vontade e capacidade para servir mais clientes neste segmento e um leque de produtos e serviços que nos permitem ter uma oferta completa ao nível de private banking.
VE – O private banking tem margem de crescimento em Portugal?
PR – A recuperação e o crescimento da economia estão a permitir o crescimento gradual de clientes neste segmento, a que acresce um número muito significativo de clientes que, por terem os seus investimentos diversificados por vários bancos, não estão a ser servidos com soluções especificamente pensadas para o seu nível global de património financeiro. Isto significa que ainda não beneficiam de uma gestão de private banking, que é a mais adequada para os seus investimentos. Assim, acreditamos que o private banking do Bankinter Portugal tem espaço de crescimento por quatro vias. Primeira, através do aumento natural de clientes que, fruto do crescimento económico, passam a pertencer a este segmento. Segunda, através de clientes que agreguem o seu património, passando a ser servidos por um modelo de private banking. Terceira, com os nossos clientes atuais que reforcem a sua posição no banco. E, finalmente, acreditamos que poderemos crescer também com os clientes que estejam insatisfeitos com a proposta de valor que recebem atualmente em outros bancos e que pretendam beneficiar do modelo serviço de qualidade do private banking do Bankinter.
VE – Como pretende o Bankinter Portugal aproveitar esse potencial?
PR – No Bankinter Portugal temos a vontade e a capacidade para continuar a crescer no segmento de private banking, maximizando as quatro vias referidas, servindo os nossos clientes com elevada qualidade, quer ao nível do serviço, como da oferta. Acreditamos que clientes satisfeitos reforçam as suas posições e recomendam outros clientes. O facto de sermos um banco classificado pelas principais agências de notação financeira internacionais com um grau de “investment grade”, também nos torna mais procurados por clientes que queiram colocar os seus investimentos em instituições financeiras mais seguras. A solidez do banco e a proposta de valor que temos para o segmento de empresas, potencia ainda que muitos clientes do private considerem o Bankinter como o banco para as seus projetos de negócio ou para as suas empresas.
VE - Como se diferencia o vosso private banking em relação ao da concorrência?
PR – Abordando o mercado português com um modelo de banca universal, temos a possibilidade de servir as necessidades de clientes particulares, nomeadamente do segmento private, bem como as necessidades das suas empresas. Ao nível da gestão de investimentos, no private banking adotamos uma estratégia que combina a gestão delegada, diversificada e ajustada ao perfil de risco do investidor, com a oferta de produtos em arquitetura aberta, alicerçada nas recomendações da nossa equipa de research e nas soluções de planeamento financeiro. Dispomos de uma oferta completa e diferenciada de produtos e serviços financeiros e não financeiros, que cobre todas as necessidades dos clientes private, com foco na preservação e crescimento do seu património, através de um acompanhamento personalizado e de relacionamento a longo prazo. Pensada para construir e preservar um património a longo prazo, temos um serviço de gestão “tailor made” [à medida] que é um cartão de apresentação relevante do private banking do Bankinter. Este serviço permite soluções adequadas a cada cliente, segundo os seus objetivos e perfil de investimento, com acesso a instrumentos financeiros de diferentes geografias e tipologias. O facto de sermos um banco classificado como “investment grade” também nos diferencia de forma positiva da maioria dos nossos concorrentes. Finalmente, o facto de, além das operações Ibéricas, estarmos também presentes no Luxemburgo, permite responder às necessidades específicas de alguns clientes private.
VE – No passado, houve, em Portugal, situações traumáticas para os investidores portugueses, como o escândalo do BES e da PT/Oi. Os investidores hoje são mais cautelosos?
PR – Mais do que cautelosos, os investidores estão conscientes do risco e da necessidade de fazer uma adequada distribuição dos investimentos. Notamos um claro crescimento pela procura de soluções diversificadas, com maior ou menor nível de especialização, que são geridas ativamente por gestores profissionais, assegurando a diversificação e respetiva adequação ao perfil de risco e perspetivas dos clientes. Por outro lado, a escolha de uma instituição sólida, com fortes rácios de capital, é também, e cada vez mais, algo que está presente no momento da decisão dos clientes.
VE – Quais os objetivos quantitativos para o private banking do Bankinter Portugal?
PR – Temos capacidade para servir mais clientes deste segmento em Portugal, pelo que ambicionamos crescer sustentadamente e alinhados com os padrões de qualidade e de negócio do private do bankinter em Espanha. No Bankinter Portugal temos a ambição saudável de continuar a crescer e de sermos uma referência no mercado nacional, de continuar a conquistar a confiança de cada vez mais clientes e de reforçar a confiança que os nossos atuais clientes depositam em nós. Para tal iremos continuar a apresentar-lhes soluções adequadas para as suas necessidades financeiras e para a realização dos seus projetos.