Aumento das vendas no mercado residencial é visível nas cidades de Braga e Famalicão;

Investimento estrangeiro está de regresso
Aumento das vendas no mercado residencial é visível nas cidades de Braga e Famalicão
Nos últimos dois a três meses, os profissionais a atuar no mercado imobiliário revelaram um aumento significativo das vendas de habitação, sobretudo nas cidades como Lisboa e Porto. Contudo, esta situação é visível também nas segundas cidades do país, como é o caso de Braga e de Vila Nova de Famalicão.
“A partir do momento em que houve abertura para maior circulação física e as visitas foram retomadas, verificou-se que, na compra e venda de imóveis, houve um notório aumento da procura por moradias na periferia de Braga, com o intuito de ter mais espaço para a família e de proporcionar mais distanciamento ao seu núcleo familiar”, refere João Pulido, diretor comercial da BelleVille, imobiliária com 25 anos de experiência no mercado residencial desta região.
O responsável destaca que, no impulso do mercado, “está também o regresso da procura de estrangeiros. Não só de brasileiros, cuja comunidade em Braga é muito relevante, mas também de países europeus que encontram em Braga um bom destino para o seu investimento”.
João Pulido, acrescenta que no mercado de arrendamento “verificámos um interesse crescente na separação de agregados que, até aqui, viviam juntos (por exemplo pais e filhos)”. Claramente, destaca, “em Braga, houve uma reformulação das necessidades quotidianas do espaço residencial e o paradigma está em evolução”.

Procura de moradias disparou

“Pela minha experiência, o mercado de habitação não sofreu qualquer tipo de arrefecimento com a pandemia. Pelo contrário, em imóveis rurais com espaço de terreno, a procura disparou a partir do confinamento”, destaca Pedro Fernandes, diretor comercial da Medium.
Segundo o responsável, em abril, a Medium lançou um empreendimento de moradias térreas com piscina e foram todas vendidas em dois meses.
A Medium Imobiliária é uma agência com sede em Vila Nova de Famalicão e escritórios, também, nas cidades da Maia e Póvoa de Varzim.
Segundo José Carvalho, CEO do grupo Omega, que, neste momento, desenvolve quatro projetos residenciais na cidade do Porto, “já é visível alguma recuperação, com uma procura acentuada e com os negócios a começarem a acontecer. Claramente, o fim anunciado da pandemia veio trazer de novo confiança ao mercado”.

“Minorar estrangulamentos clássicos”

Embora seja visível o seu crescimento, a verdade é que continuam a sentir-se os estrangulamentos que, mais uma vez, vão impedir que o mercado residencial cresça de uma forma sustentável.
“O mercado residencial está a crescer. Mas para ter uma dinâmica maior, seria naturalmente necessário minorar os estrangulamentos clássicos, sobretudo no que aos custos diz respeito, quer sejam os diretos, quer sejam os indiretos, induzidos por fatores externos”, acrescenta José Carvalho.
“É importante que a oferta vá de encontro à procura, ou seja, é fundamental que os promotores imobiliários desenvolvam projetos ajustados às necessidades do mercado em termos de localização, tipo de habitação, tipologia, entre outras características”, destaca, por sua vez, Pedro Fernandes. Acredito, diz, “que se os promotores imobiliários forem assertivos na definição dos projetos, o mercado pode-se manter sustentável ao longo dos próximos anos”.
João Pulido destaca que “o mercado imobiliário residencial em Braga tem crescido de forma sustentável e abrangente”.
Na sua opinião, depois de crescimentos exponenciais de construções novas no final do século passado e da estagnação no início do séc. XXI, assiste-se agora “a um novo fulgor do centro histórico com a recuperação/transformação de edifícios antigos e degradados que atraem novos residentes e turismo. Também nas freguesias limítrofes da cidade, têm surgido novas construções de moradias, que, desde o início da pandemia, têm atraído muito interesse”.
Na opinião do responsável da Belleville, Braga tem agora uma oferta diversificada de imóveis novos, de imóveis usados e de imóveis recuperados, no centro e na periferia.
Acrescenta que “a procura é também ela diversificada. Temos jovens à procura de autonomização, temos também uma geração ‘já instalada’ e que procura mais espaço para a família e uma geração mais idosa que procura mais conforto”.
Por último, o turismo – que vinha a ser crescente e que é expectável que volte a ser – tem gerado muito interesse em investidores: pequenos e grandes investidores têm procurado Braga, desde pequenos investidores em alojamento local, por exemplo, até grandes players hoteleiros que têm apostado em estar presentes na cidade que é o ‘melhor destino europeu 2021’, refere João Pulido.
ELISABETE SOARES (elisabetesoares@vidaeconomica.pt), 10/06/2021
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