b.Free chega a Portugal e aposta no turismo de compras;

b.Free chega a Portugal e aposta no turismo de compras
Este é o momento certo para prepararmos estratégias de crescimento e impulsionamento, adaptando-nos a uma nova realidade económico-financeira, afirma João Andrade Barros
A b.Free é um pioneiro serviço digital de tax free para residentes fora da União Europeia e permite a realização de compras sem ser necessário um contacto presencial entre o consumidor e o lojista. Desta forma, as marcas não necessitam de dispor de qualquer website de e-commerce, bastando os clientes contactarem a marca, indicarem que produtos pretendem adquirir e destacarem que o pretendem fazer através do serviço de tax free da b.Free.
Nascida em Espanha e vencedora do prémio Ideias Inovadoras em 2018, a start-up aposta no crescimento do turismo de compras e consolidou a sua entrada no mercado português no segundo semestre de 2019, ano em que cerca de 27 milhões de turistas visitaram Portugal.
 
“Acreditamos que existe um enorme potencial no mercado nacional para o turismo de compras” e, por isso, “a entrada no mercado português já estava em preparação há algum tempo”, começa por revelar João Andrade Barros.
Em declarações à ‘Vida Económica’, o general manager da b.Free Portugal refere que a perspetiva da empresa sempre foi a de procurar “um crescimento globalizado e transversal a todos os setores”. Apesar de admitir que o crescimento poderá agora ser “inferior ao que todos antecipávamos em Portugal”, o responsável assegura ainda assim que “este é o momento certo para prepararmos estratégias de crescimento e impulsionamento, adaptando-nos a uma nova realidade económico-financeira”.
Na verdade, na opinião do o general manager Portugal continua entre os dez maiores mercados europeus de compras tax free, tendo acumulado um crescimento superior a 12% no ano passado, de acordo com as compras dos estrangeiros, feitas entre todos os operadores tax free. “Os turistas que visitam o nosso país não realizam tantas compras no segmento de luxo, como noutros países do Velho Continente, mas o potencial é significativo”.
Nesse contexto, a empresa acredita que pode acrescentar uma importante mais-valia com a implantação do e-commerce para os mercados ascendentes. “Portugal é o destino de eleição dos compradores lusófonos (Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé Príncipe), sendo estes, neste momento, responsáveis por quase 60% dos gastos com isenção de impostos em Portugal”.
Para além disso, João Andrade Barros realça que o “comportamento do consumidor também se tem alterado com o avanço da internet e dos equipamentos”. Ora, “essa mudança de mentalidade identifica-se muito com política da b.Free de conquistar a confiança do turismo de compras”, seja através dos “clientes extracomunitários que nos visitam, como mediante a oferta de estratégias de volume de vendas aos comerciantes, que permitam melhorar os seus proveitos, com a integração digital nos próprios sistemas”, resume.
 
Oferta do retalho deve ser adaptada às expectativas dos consumidores digitais
Sobre quais os objetivos estratégicos da empresa a curto/médio prazo para o mercado nacional, João Andrade Barros, adianta que a b.Free “pretende chegar a todos os distritos de Portugal, equilibrar o mercado e dar relevância aos clientes emigrantes que regressam ao seu país, e que na maioria das vezes não voltam para uma grande cidade, onde tradicionalmente encontramos comerciantes com o serviço Tax Free”. Com a b.free, qualquer comerciante pode obter este serviço gratuito e proporcioná-lo no seu ponto de venda, conseguindo assim oferecer o mesmo serviço”.
No entanto, a pandemia que se vive devido ao Covid-19, apresentou uma nova realidade com a qual ainda não tinham sido confrontados. “O impacto no nosso sector tem sido extremamente significativo, e isso fez-nos perceber em que outras áreas nos podemos focar. Estamos num momento de reflexão, definição de estratégia e reinvenção de negócio. Tanto a b.Free como outros concorrentes. O turismo está parado, para o bem de todos nós”.
João Andrade Barros acrescenta ainda que “é importante reavaliar projetos e desenvolver novos focos de atenção. Neste momento, os comerciantes têm tempo para pensar em novas parcerias e de que maneira podem fazer crescer o seu negócio. E é aqui que a b.free pode ajudar, a oferta de retalho deve ser agora adaptada às expectativas desses consumidores”.
É também estratégico “aumentar a aceitação de meios de pagamento digitais específicos e ainda mais a promoção de Portugal como um destino turístico de topo, assim que tal seja possível. Ferramentas como o Alipay e Wechat são importantes quando falamos em turismo asiático, nomeadamente proveniente da China. Era impensável não os providenciarmos, já que atualmente estes turistas são responsáveis por grande parte do turismo de compras em Portugal. Pretendemos ajudar a criar o hábito de todos os documentos serem digitais, evitando assim a sua impressão e gastos com papel. O meio ambiente agradece, assim como o cliente final, que tem a sua documentação mais segura, digitalizada, podendo ter acesso à mesma em qualquer ocasião e lugar”.
Agora mais do que nunca, a filosofia de que o futuro será cada vez mais digital, é já uma realidade. Por isso, a b.Free está a oferecer aos seus clientes a “visibilidade digital que ainda não tinham, ou impulsioná-la caso já fizesse parte do seu plano estratégico”, remata o responsá
FERNANDA SILVA TEIXEIRA fernnadateixeira@vidaeconomica.pt, 05/06/2020
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