Arquiled aposta no mercado brasileiro;

Arquiled aposta no mercado brasileiro
A Arquiled vai tentar entrar de novo no Brasil. Depois de duas investidas sem grande sucesso, a empresa celebrou uma parceria com uma empresa local para voltar a tentar conquistar o mercado brasileiro já este ano – avançou à “Vida Económica” Miguel Allen Lima, presidente executivo da empresa. 
 
Depois de duas tentativas sem sucesso, a Arquiled vai entrar no mercado brasileiro. A estratégia assumida pela empresa passa por tentar vender as suas soluções de iluminação num conjunto restrito de municípios. O primeiro será o de Aparecida, no Estado de São Paulo. “O objetivo é fechar negócio com pelo menos três ou quatro cidades este ano”, explica Miguel Allen Lima.
Para já, o objetivo passa por “plantar’” no mercado brasileiro a tecnologia Arquiled, seja na iluminação, seja nos sistemas inteligentes. Tipicamente em projetos pequenos, mas que sirvam de montra para o que “nós somos e sabemos fazer”. No médio prazo, têm planos muito mais ambiciosos. “Já assinámos um contrato com uma universidade de engenharia no estado de São Paulo para desenvolvimento e investigação”. 
Este processo de internacionalização está a ser trabalhado há mais de três anos. Análises exaustivas ao mercado concluíram pela necessidade de adaptar os produtos. Uma das grandes diferenças passa por tentar comercializar “produtos que foram desenhados de propósito para as necessidades destes mercados”. Outro aspeto relevante foi a procura de parceiros locais. “Trata-se de um país muito grande, com especificidades próprias. Isso é tão ou mais importante quando se trabalha com infraestrutura pública, como é o caso. Daí a importância de ter parceiros locais fiáveis”, indica o responsável. 
 “É importante já estarmos implementados nos momentos menos favoráveis, para conseguirmos aproveitar o relançamento da economia”, acrescenta Miguel Allen Lima
 
Setor público é a nova aposta
 
Depois de anos a trabalhar exclusivamente na iluminação arquitetural, a empresa concentrou-se, nos últimos quatro anos, na iluminação pública e no desenvolvimento de soluções de eficiência energética. Esta mudança de estratégia deu-se aquando da crise na construção em 2012. 
A iluminação pública tornou-se assim o candidato natural. “Felizmente, desde que se iniciou este novo ciclo estratégico que a empresa tem vindo a crescer de forma consistente todos os anos. E o ano 2019 não foi exceção, tendo mesmo sido o melhor ano de sempre em termos de volume de negócios”, assegura o CEO da Arquiled. 
Já para este ano o objetivo assumido é atingir um volume de negócios de 12 milhões de euros. Tal será possível face à aposta na evolução para luminárias inteligentes conectadas em rede. “A nossa expetativa é que 2020 seja um ano de crescimento para este tipo de soluções”, afirma Miguel Allen Lima.
Questionado sobre quais os impactos que o Covid-19 está a ter na atividade da empresa, Miguel Allen Lima adianta “cerca de dois terços das pessoas estão em isolamento a trabalhar a partir de casa”, tirando partido de todos possuírem os meios informáticos e de comunicações para realizarem as suas funções. 
Não obstante, a Arquiled ativou já um plano de contingência “recorrendo a parceiros com capacidade de produção dos nossos produtos. Não só se dilui o risco de paragem da produção como se ganha reserva de capacidade para acelerar a produção quando for necessário compensar algum tempo perdido”, remata Miguel Allen Lima. 

Arquiled cria luminária LED autónoma 
 
Ter luz onde não há eletricidade! Foi com este propósito que nasceu o projeto LLESA (Luminária LED Solar Autónoma), um projeto de investigação e desenvolvimento tecnológico que tem como objetivo iluminar regiões onde a rede pública de iluminação é inexistente ou apresenta níveis de implementação e qualidade deficitários. Desenvolvida pela Arquiled, esta luminária LED, que se encontra ainda na fase de protótipo, utiliza o sol como fonte de energia exclusiva, dispensando totalmente a rede elétrica e incorpora um sistema de gestão inteligente que otimiza a captação da energia solar e regula o fluxo luminoso.
Segundo Miguel Allen Lima, “a aplicação deste modelo, em monobloco, destina-se a zonas carenciadas. Razão pela qual o preço-alvo é bastante baixo, por forma a ser acessível a economias emergentes”.
A viabilização deste protótipo conta com a colaboração de duas entidades do ensino superior – o Instituto Superior Técnico e a Escuela Colombiana de Ingeniería Julio Garavito, ambas especializadas na vertente de engenharia.

 


FERNANDA SILVA TEIXEIRA fernandateixeira@vidaeconomica.pt, 27/03/2020
Partilhar
Comentários 0