IFD ultrapassou 1000 milhões de euros de financiamento aprovado;

Henrique Cruz revela no “Ideias à Prova”
IFD ultrapassou 1000 milhões de euros de financiamento aprovado
Vão continuar a existir subsídios através de fundos estruturais, ou seja, através do Portugal 20/30, mas a novidade é que a Comissão Europeia vai estar a promover a utilização do Fundo Invest EU” – explicou Henrique Cruz.
“Temos financiamento aprovado da linha de garantia mútua que já ultrapassa 900 milhões de euros”, afirmou Henrique Cruz. O presidente da IFD revelou que, além dos financiamentos em garantia mútua, a IFD também já conseguiu mobilizar 162 milhões de euros de capital de risco através dos vários business angels. “São fundos da IFD, são fundos privados e outros fundos trazidos pelos privados para cada operação, num total de 321 projetos de investimento aprovados” – referiu Henrique Cruz.
A garantia mútua e o capital de risco apoiado pela IFD já ultrapassam os milhões de euros em capital colocado nas empresas para financiamento de longo prazo – afirmou Henrique Cruz. O presidente da IFD, mais conhecida por “Banco de Fomento”, foi o último convidado da Agavi no último “Ideias à Prova” que reuniu no Restaurante Oficina, no Porto, mais de 100 convidados.
Henrique Cruz referiu que, até meados de 2017, a IFD tinha conseguido colocar 40 milhões de euros na economia.
“Temos também uma parceria com o FEI, designada PortugalTech, com 9 investimentos mais 6 em negociação envolvendo 162 milhões de euros. em empresas de base tecnológica” – referiu.
O presidente da IFD anunciou para breve um novo instrumento para a internacionalização, com 50 milhões de euros do Fundo Europeu de Investimento. A finalidade é apoiar o crescimento das empresas pela internacionalização. Segundo referiu, ao financiamento do FEI deverão somar-se mais 50 milhões de capitais privados, tendo em conta que se trata de uma área madura e atrativa.
Aos convidados da Agavi, dirigida por António de Souza-Cardoso, Henrique Cruz explicou que o desafio da IFD é grande porque continua a ser necessário fazer muito com muito pouco. O capital da IFD é de 100 milhões de euros. “É uma limitação que teremos de enfrentar”, admitiu.
“Estamos empenhados em fazer chegar o dinheiro às empresas”, garantiu. A IFD não tem balcões e segue um modelo de “crowding in”, somando capitais privados aos recursos públicos.
“Precisamos de uma instituição forte para aproveitar o próximo quadro financeiro” – considerou o presidente da IFD.
 
Mais instrumentos financeiros e menos subsídios a fundo perdido
 
Henrique Cruz destacou a importância do novo fundo InvestEU que vai ser o sucessor de Plano Juncker, que possibilitou o financiamento de mais de 500 mil milhões de euros para o investimento das empresas.
“O que a Comissão Europeia pretende fazer é direcionar mais recursos para os instrumentos financeiros e menos recursos para os subsídios a fundo perdido porque os recursos estão mais limitados” – referiu. O Brexit deverá retirar orçamento aos fundos comunitários, aumentando a necessidade de fazer muito mais com muito menos.
“O InvestEU é um fundo de perdas financiado pelo orçamento da Comissão Europeia que provisiona uma quantia do orçamento para pagar as perdas dos projetos a ser apoiados através deste fundo” – destacou Henrique Cruz.
O fundo não dá financiamento, mas sim uma garantia. A Comissão Europeia considera que para conceder a garantia precisa de um parceiro local que disponibilize essa garantia.
O custo previsto da garantia é suportado de forma direta pelo orçamento comunitário, tal como aconteceu com o Plano Juncker.
Para fazer essa delegação na instituição local, a Comissão Europeia quer ver garantida capacidade e dimensão para gerir a delegação que a Comissão Europeia dá e colocar recursos seus, par e passo com o orçamento europeu,
“É este o desafio que a IFD enfrenta neste momento. Aguarda a confirmação de que está credenciada para esse efeito” – afirmou. É um desafio grande, porque, se queremos trazer uma garantia de valor elevado da Comissão Europeia, precisamos de ter capacidade de acompanhar um valor semelhante.
“Como sabemos, a Comissão Europeia vai também cada vez mais privilegiar os investimentos financeiros e é preciso que este mecanismo do InvestEU seja aproveitado da melhor forma possível. Vão continuar a existir subsídios através de fundos estruturais, ou seja, através do Portugal 20/30 mas a novidade e o que a Comissão Europeia vai estar a promover é a utilização do Fundo Invest EU” – explicou Henrique Cruz.
“Estamos a investir nas nossas competências e nas nossas capacidades para que a nossa candidatura seja validada pela Comissão Europeia e a partir de 2021 possamos aproveitar o mais possível essa garantia”. Para Henrique Cruz, essa garantia há-de traduzir-se nos produtos tradicionais. Os instrumentos financeiros são nada mais nada menos do que empréstimos ou garantias ou coinvestimentos de risco. A única questão que muda é que a Comissão Europeia passa a assumir metade dos custos.
Susana Almeida, 03/10/2019
Partilhar
Comentários 0