Investimento em iniciativas saudáveis reduz absentismo nas empresas;

António Lúcio Batista afirma
Investimento em iniciativas saudáveis reduz absentismo nas empresas
“O investimento em iniciativas saudáveis para os trabalhadores de empresas se reveste em sucesso e poupanças para as próprias organizações”, afirma Lúcio Batista.
“Pelo seu alcance e abrangência, as cidades saudáveis e felizes são a médio prazo um fator que contribui para a prevenção da doença e promoção da saúde”, afirma António Lúcio Batista,  médico cirurgião e membro do Portugal 2040 Iniciativa Liberal. 
Por isso, elegeu o painel “Smart Choices: a construção de comunidades sustentáveis”, do encontro Connecting Healthcare”, como o mais importantes e o que mais cativou pela sua atualidade e relevância para os cidadãos”, recentemente realizado no Terminal de Cruzeiros de Leixões.
“O investimento em iniciativas saudáveis para os trabalhadores de  empresas se reveste em sucesso e poupanças para as próprias organizações”, acrescenta.
 

Vida Económica – O que achou do “Connecting Healthcare”, recentemente realizado no terminal de Leixões?  
António Lúcio Batista  - Foi uma  excelente iniciativa, este Connecting Healthcare que teve lugar a 28 de junho no Terminal de Cruzeiros de Leixões, numa organização conjunta da Unidade Local de Saúde de Matosinhos e do Seal Group, apoiado entre outros pela Vida Económica.   
 
VE – Os temas abordados estão na ordem do dia no debate da saúde?
ALB - Esta iniciativa teve lugar numa altura em que o debate sobre saúde está ao rubro. Este debate, no entanto, na maior parte dos órgãos de comunicação, encontra-se capturado por ideologias que em nada favorecem a discussão livre e o interesse dos cidadãos.
 
VE - Qual o painel ou painéis, na sua opinião, de maior interesse e atualidade?
ALB - Todos foram importantes e o que mais cativou, pela sua atualidade e relevância para os cidadãos, foi, sem dúvida, “Smart Choices: a construção de comunidades sustentáveis”. Este painel, moderado por Afonso Camões, teve intervenções relevantes, das quais destacaria “da escala humana à escala urbana”, da arquiteta Paula Teles. É talvez o tema mais importante, dentro do “Connecting Healthcare” e de grande atualidade nos países desenvolvidos. Dentro dos objetivos da União Europeia de aumentar dois anos de vida saudável aos cidadãos acima dos 65 anos em  todos os países europeus. Pelo  seu alcance e abrangência, as cidades saudáveis e felizes são, a médio prazo, um fator que contribui para a prevenção da doença e promoção da saúde.
 
VE - Tendo estado envolvido em múltiplos projetos nesta área, como as “Pistas Medicalizadas”, o “Health & Golf”, “As Ciclovias”, o “Marina Health” e outros, como vê o avanço destes e outras medidas?
ALB - O ambiente e os espaços saudáveis promovem iniciativas para melhoria da saúde para os  cidadãos, quer nas cidades quer nas empresas, e têm despertado, como se pôde ver neste painel pelas explicações de Paulo Azevedo (CEO da Sonae),  grande interesse a nível internacional. Há muitos estudos científicos que mostram que o investimento em iniciativas saudáveis para os trabalhadores de  empresas se reveste em sucesso e poupanças para as próprias organizações, não só pela motivação (“team building”), mas também por menor absentismo por doença. Um estudo relevante da Universidade da Pensilvânia e da General Electric em trabalhadores mostrou taxas de sucesso relevantes – é o estudo descrito por Brian Schilling sobre “pagar para cessação do tabaco”. O sucesso do estudo levou a General Electric Corporation a estender o programa a 152 mil trabalhadores.
 
VE - E os outros participantes?
ALB - Gostei da apresentação do Vladimiro Feliz, que mostrou números relevantes virados para o futuro, e Yves Billet-Prades, com a explicação de um verdadeiro cluster de saúde em Espanha. Aqui está um exemplo do que temos vindo a chamar a atenção, a saúde não como simples área da prestação dos cuidados e como um poço sem fundo da despesa do Estado, mas como uma banda integrada que envolve todos os parceiros a montante, empresas produtivas, universidades, fornecedores e investigação, e todos os parceiros a jusante, cuidados pós-tratamentos, comunidades, consumíveis, reabilitação, turismo de saúde, iniciativas para a promoção da saúde. 
 
VE - E Portugal como fica no meio disto tudo?    
ALB - Portugal está muito mal no que concerne ao indicador “n.º de anos de vida saudável vividos depois dos 65 anos”, o nosso país está abaixo da tabela.

virgilio@vidaeconomica.pt, 04/07/2019
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