Habitações com módulos solares térmicos têm autonomia energética de 90% ;

Solução inovadora desenvolvida pela AT Solar e Universidade de Aveiro
Habitações com módulos solares térmicos têm autonomia energética de 90%
Primeira habitação construída com a solução de climatização da AT Solar.
 
Desenvolvidos pela AT Solar, em parceria com a Universidade de Aveiro, os módulos solares térmicos Senergy Force visam substituir os telhados ou as paredes das habitações por painéis. 
Augusto Teixeira, mentor do Senergy Force e Chief Operating Officer (COO) da AT Solar, afirma que esta solução é capaz de satisfazer cerca de 90% das necessidades energéticas de climatização da habitação, com um investimento de apenas 3% do total da construção, com retorno estimado até sete anos.
 
Esta é a mais avançada tecnologia do mundo em termos de aproveitamento de energia solar térmica. Quem o afirma é Augusto Teixeira, mentor do Senergy Force e COO da AT Solar, que, em declarações à “Vida Económica” assegurou que os módulos solares térmicos Senergy Force “conseguem uma autonomia em climatização na ordem dos 90%, sendo que o investimento representa, em média, apenas 3% do total da construção de uma casa, com retorno estimado ao fim de seis a sete anos”.
Podendo substituir paredes ou fachadas inteiras de edifícios, os módulos Senergy Force captam a energia do sol e convertem-na em calor, aquecendo a água e o ar interior, mas também podem promover o arrefecimento e a renovação do ar interior dos edifícios, tudo isto recorrendo apenas à energia solar. Na prática, esta solução constitui uma verdadeira fachada energética, reduzindo a necessidade de recurso a energias não renováveis, através do aumento da área de captação solar e da gestão eficiente da temperatura interior dos edifícios. 
Representando um investimento de cerca de um milhão de euros, divididos entre a empresa e a Universidade de Aveiro, o projeto obteve uma comparticipação de fundos europeus de 65%. O restante foi investimento da empresa. 
Questionado sobre como avalia o desempenho do protótipo já instalado no Centro Português de Sustentabilidade, Augusto Teixeira indica que este protótipo serviu para “validar a solução desenvolvida” em termos de rentabilidade de energia produzida, validação de outras funcionalidades, por exemplo o arrefecimento, renovação do ar de forma natural, controlo de temperatura máxima da fachada e outros. Quanto aos resultados, o responsável assegura que “as validações ultrapassaram as expectativas, pela positiva”. 
 
Objetivo é de um milhão de euros de vendas em 2020
 
As fachadas produzidas pela AT Solar já estão a ser comercializadas em Portugal e na Europa e preveem que dentro de cinco anos o Senergy Force esteja a ser comercializado em grande escala, em quantidades na ordem de 13 mil unidades/ano, gerando resultados de cerca de seis milhões de euros anuais. Até ao momento, a recetividade do mercado à solução tem sido “excelente”. E “já teríamos executado muitas obras se a solução comercial já estivesse no mercado há muito tempo, mas só agora começámos a produzir”, frisa o COO da AT Solar. 
Sobre os objetivos de vendas a curto e médio prazo, Augusto Teixeira admite que no “ano de arranque e entrada no mercado, sobretudo num mercado extremamente conservador, como é o caso da construção, será preciso trabalhar. Assim, relativamente a 2019, como já vai a meio, sabemos que os resultados serão conservadores. No entanto, para 2020, as perspetivas são muito boas, chegando as previsões a uma faturação de um milhão de euros e seguindo-se um crescimento superior a 30% ao ano. Logicamente os mercados internacionais são, desde logo, considerados como uma realidade a ser trabalhada”.
 
Novas aplicações em perspetiva
 
Ainda assim, a equipa de desenvolvimento está já a trabalhar em várias outras formas de aproveitamento da energia térmica produzida pelo Senergy Force. Neste contexto, poderão a breve prazo surgir novas aplicações para o ar quente produzido, como sejam seca-mãos, seca-roupas, saunas e jacúzis. Em determinados edifícios, como, por exemplo, hotéis, hospitais, lares de idosos e similares, usando esta tecnologia, “podemos chegar a prazo de retorno do investimento até 2,5 anos, o que será fantástico”. Para além disso, a empresa está ainda a trabalhar em parcerias para que, por exemplo, possa haver um financiamento total do custo das instalações, para grandes consumidores de energia e assim a oferta seja irrecusável.  
O Senergy Force ganha especial importância no contexto da Diretiva Europeia que entra em vigor em 2021, que obriga os novos edifícios a terem um “balanço zero” a nível energético, o que poderá alterar por completo o atual paradigma da construção, energia e climatização, não só dos edifícios residenciais como também de serviços e industriais.
FERNANDA SILVA TEIXEIRA fernandateixeira@vidaeconomica.pt, 13/06/2019
Partilhar
Comentários 0