“A necessidade de novos destinos é imperiosa”
O enfoque no cliente, na sua satisfação e na sua fidelização. Este é o segredo do sucesso na Pinto Lopes, empresa de viagem que regista um crescimento anual de dois dígitos e, em 2019, espera crescer entre 15% e 20%, adianta Rui Pinto Lopes.
Operando exclusivamente com circuitos culturais em grupo, a Pinto Lopes Viagens prepara uma expedição à volta do mundo.
“Faz parte do nosso ADN reinventarmo-nos a cada passo e a constante procura por novas ofertas de destinos é um dos reflexos”, acrescenta o administrador da Pinto Lopes Viagens.
Vida Económica - A Pinto Lopes Viagens tem neste momento projeto de expansão da empresa a nível nacional. Em que consiste esse projeto?
Rui Pinto Lopes - Ao longo dos anos, mantivemos um crescimento constante e sustentado. Orgulhamo-nos da qualidade e inovação que impomos nos circuitos que oferecemos e o aumento de procura foi surgindo naturalmente. Somos apaixonados por viagens e pelo que fazemos. Gostamos de estar sempre um passo à frente e os nossos percebem-no.
Nos últimos cinco anos temos tido crescimento de dois dígitos, pelo que é fundamental analisar o passado recente e projetar o futuro. Neste âmbito, abrimos em março deste ano um novo espaço com 500 m2 no centro de Lisboa e estamos em fase de duplicação do espaço do Porto, que até ao final do ano passará a contar com 2000 m2.
Paralelamente, reforçámos a oferta de viagens e fizemos uma grande aposta na expansão e qualificação da equipa. Hoje somos cerca de 60 pessoas a trabalhar diariamente para oferecer circuitos únicos e com um grau de satisfação acima da média.
VE - As viagens de grupo têm como destinos a Coreia do Norte, o Paquistão, o Togo, o Bangladesh e, inclusive, a Antártida. Qual é a estratégia seguida com estes destinos e que resultados têm sido alcançados?
RPL - A Pinto Lopes opera exclusivamente circuitos culturais em grupo, com acompanhamento em português.
Temos circuitos em cerca de 150 países, desde os mais clássicos e tradicionais até aos mais diferenciados. Sempre nos pautámos pela inovação e possuímos um núcleo de clientes que procura circuitos fora do comum e nós também temos esse produto.
Para além dos destinos mencionados, operamos muitos outros, como por exemplo Argélia, Sudão ou Madagáscar. São 150 países!
A procura tem sido bastante, o que, alicerçado na qualidade e serviço totalmente focado na satisfação dos nossos clientes, trouxe resultados muito bons.
VE – Estão a preparar, pela primeira vez, uma expedição ao Ártico. Quer adiantar pormenores?
RPL - É mais um destino “fora da caixa” que operamos. A viagem será em junho e terá uma duração de 13 dias. Vinte pessoas participarão nesta experiência. Alguns destes viajantes já estiveram na Antártida e a descoberta desta zona desabitada, os animais deste ambiente inóspito, o gelo, a aventura são elementos que transformarão esta viagem numa experiência única.
Viagens de autor proporcionam experiências únicas
VE – As Viagens de Autor são outro segmento estratégico. Que figuras têm sido associadas a estas viagens e que destinos foram traçados?
RPL - Iniciámos este projeto em 2012 com o Gonçalo Cadilhe e desde então expandimos o leque de autores e os destinos.
Contamos com autores bem conhecidos do público em geral, como o Maestro Rui Massena, os escritores José Luís Peixoto e Raquel Ochoa, o Chef Henrique Sá Pessoa, mas também especialistas de áreas bem distintas como arqueologia, pintura ou história.
São experiências únicas, num segmento mais “premium” e com lotação limitada. O autor acompanha o grupo.
Em termos de destinos, são bastante abrangentes desde Portugal e Europa em geral até destinos fora das rotas clássicas como Paquistão ou Quirguistão. Hoje em dia, as nossas viagens com autores abrangem quatro continentes.
VE – Estão a preparar também uma Volta ao Mundo. Quer revelar os pormenores?
RPL - Será uma viagem baseada nos passos de Fernão de Magalhães, a propósito dos 500 anos da primeira circum-navegação ao globo.
Serão 27 dias à volta do mundo! Iniciamos este périplo pela América do Sul, saltamos pelo Pacífico Sul até à Austrália, subimos pela Ásia até Goa e Bombaim e fechamos com chave de ouro no continente africano! É uma das experiências que proporcionamos que podem ser consideradas “a viagem de uma vida”.
Esta viagem insere-se no nosso projeto “Viagens com Autores” e contará com a experiência e presença de Gonçalo Cadilhe.
VE – Quais são os principais canais de vendas da Pinto Lopes Viagens?
RPL - Os dois espaços de atendimento – Porto e Lisboa – e o nosso site, que permite consultar os nossos circuitos e pedir reserva dos mesmos.
Anualmente, lançamos dois catálogos em suporte papel.
VE – Quais os resultados alcançados e as perspetivas de crescimento?
RPL - Em 2018, a Pinto Lopes Viagens efetuou mais de 650 circuitos por todos os continentes, sempre com guia em português. Ultrapassámos a barreira dos 20 mil clientes e visitámos 150 países.
Em 2019 temos uma perspetiva de crescimento de 15% a 20%.
VE – Qual é o segredo de sucesso desta empresa familiar?
RPL - O nosso enfoque no cliente, na sua satisfação e na sua fidelização.
A ligação da família Pinto Lopes às viagens data de 1860, com o transporte em diligências puxadas por cavalos. Muito tempo passou e a partir dos anos 70 do séc. XX o meu pai, Joaquim Pinto Lopes, começou a criar viagens em grupo para o estrangeiro.
Foi uma aventura desde esse momento. Primeiro, Europa, depois os restantes continentes. Faz parte do nosso ADN reinventarmo-nos a cada passo e a constante procura por novas ofertas de destinos é um dos reflexos. Temos clientes que viajam com a Pinto Lopes há mais de 30 anos – o nosso grau de fidelização é muito alto – e, por isso mesmo, a necessidade de novos destinos é imperiosa.
VE – Que mensagem gostaria de transmitir?
RPL - “O mundo é um livro e aqueles que não viajam apenas leem a primeira página” – a famosa frase de Santo Agostinho.
Aconselho as pessoas a viajarem, a descobrirem novos mundos, em segurança, na nossa companhia… em suma, a não se ficarem pela primeira página.
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