Há escassez de profissionais na área do marketing digital;

António Alegre, CEO da Páginas Amarelas, alerta
Há escassez de profissionais na área do marketing digital
António Alegre
A Páginas Amarelas é uma empresa que se reinventou e que fez a sua migração para o marketing digital. Apesar do sucesso alcançado, ainda se colocam problemas, sobretudo a escassez de profissionais na área do marketing digital. Mas também é um mercado em que há ainda potencial de crescimento, sendo o grande objetivo a aproximação de consumidores e empresas, referiu à “Vida Económica” António Alegre, CEO da Páginas Amarelas.
Vida Económica – Como se posiciona a Páginas Amarelas no mercado?
António Alegre –
A Páginas Amarelas é líder de mercado no segmento do marketing para as PME e um dos principais aliados das empresas na ampliação dos seus negócios, por via do apoio que prestamos nas suas jornadas de digitalização. À semelhança do que acontecia quando éramos um diretório físico de empresas – através das listas telefónicas –, continuamos a aproximar consumidores e empresas, quem procura, quem oferece, mas agora no digital. E somos uma escola de vendas, também de marketing digital, e formamos dezenas de profissionais todos os anos.

VE – Como são as empresas auxiliadas?
AA –
Simplesmente ligamos quem procura a quem oferece e apoiamos as empresas que querem adaptar-se ao novo paradigma digital, mas que não sabem como nem por onde começar. Todos os clientes da agência são acompanhados em permanência por uma equipa de profissionais especializados, que orientam o processo de digitalização e dão apoio passo a passo. Não basta fazer a migração para o digital, comprar espaço publicitário e responder a “leads”. Há que posicionar a marca, definir territórios, alcançar visibilidade, acompanhar as interações, garantir segurança nos procedimentos e acompanhar as tendências. O mundo, hoje, é digital. Se o consumidor vive ligado a dispositivos com acesso à internet, há que estar presente onde ele pesquisa e compra.

VE – Quais os principais problemas com que se defronta a empresa?
AA –
Embora a Páginas Amarelas seja líder no segmento das PME, ainda temos um longo caminho pela frente para estar no “top of mind” dos gestores nacionais. Queremos ser a empresa de referência para ajudar as entidades nacionais na migração para o digital. Por outro lado, há uma escassez de profissionais especializados em marketing digital, uma vez que se trata de uma área em crescimento e com muita procura do lado de quem já deu o salto para fases mais avançadas do processo de digitalização, o que representa um desafio em termos de recursos humanos.

Processo de reinvenção

VE – Como sucedeu o processo de “reinvenção” da Páginas Amarelas?
AA –
A Páginas Amarelas reinventou-se totalmente para fazer face à queda de um monopólio (as listas telefónicas), tornado obsoleto pelas circunstâncias de avanço tecnológico, para se tornar numa empresa atualizada, alinhada com as novas exigências a nível mundial. Este processo teve por base uma transformação profunda, que obrigou a repensar a base da empresa, a readaptar a estrutura do negócio, o que só foi possível a partir da capacidade de adaptação e resiliência da equipa. Somos líderes de mercado no marketing digital para as PME, criamos a identidade digital da empresa, desenvolvemos o website onde disponibilizamos um conjunto de funcionalidades para aumentar o “engagement” entre as empresas e os seus clientes, fotografamos produtos, fazemos vídeos promocionais e institucionais, criamos campanhas de meios digitais, gerimos a presença das empresas nas redes sociais e fazemos o acompanhamento global do processo com os nossos especialistas.

VE – Qual a estratégia definida pela Páginas Amarelas?
AA –
Em termos de estratégia externa, queremos ser, agora mais do que nunca, o maior parceiro nacional de digitalização das PME. No que respeita à estratégia interna, vamos manter-nos focados nos objetivos de equipa, sem alteração do modelo de trabalho remoto que assumimos desde o início da pandemia e que prevemos manter até ao final do ano. Para já, o nosso foco está centrado sobre o mercado nacional, há muito espaço para crescer. Se pensarmos que mais de 50% das PME nacionais não têm um website ou domínio de e-mail próprio, percebe-se que há muito trabalho a fazer no mercado em que nos posicionamos.

VE – Estão previstas alianças?
AA –
Sim, sem dúvida. Finalizámos muito recentemente uma parceria com a Wix, o gigante mundial de “website building”, de quem somos agora o parceiro de referência para Portugal e com quem temos o objetivo conjunto de chegar aos 10 mil novos websites até 2025. Alianças como esta permitem que empresas portuguesas, sobretudo PME, que habitualmente não recorrem a agências de marketing digital, tirem partido de recursos inovadores, com a base da Wix na criação de sites e a consultoria de especialistas da Páginas Amarelas, em áreas como a integração de software de faturação de entregas. Significa que negócios particularmente afetados pela pandemia, como os das restauração, possam digitalizar-se e aderir ao e-commerce, otimizando investimentos.

Transformação constante

Tendo em conta que o marketing digital é uma área em constante transformação, António Alegre releva o facto de a Páginas Amarelas trabalhar no desenvolvimento e na atualização de soluções que respondam às especificidades das diferentes áreas de negócio.
Neste contexto, aquele responsável destaca que o grande objetivo da empresa é “aproximar quem procura de quem oferece, mas no digital”. O novo diretório de empresas passou a ter novas funcionalidades que permitem estreitar a ligação entre as empresas e os seus clientes. A própria empresa está em constante transformação para fazer face às exigências crescentes dos clientes e às novas realidades do mercado em que opera.

 

Susana Almeida, 02/09/2021
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