Empresas cotadas valorizam durante a pandemia;

Dividendos proporcionam rendimento atrativo
Empresas cotadas valorizam durante a pandemia
As empresas que integram o PSI-20 tiveram uma valorização média de 11,6% nos últimos 12 meses. Apesar da dureza da crise pandémica, a maioria das empresas cotadas recuperou da queda verificada no primeiro trimestre de 2020. A EDP Renováveis subiu mais de 50%, atingindo a posição de empresa mais valiosa do mercado e ultrapassando pela primeira vez o valor da EDP em Bolsa.
A cotação das empresas do PSI-20 tem evoluído de forma positiva. Entre o início de junho de 2020 e junho de 2021 a maioria das empresas valorizou. As exceções  foram a Galp, a Nos e a Semapa.
Os CTT registaram a maior valorização, com uma subida de quase 90% face a junho do ano passado. A valorização pode refletir o acréscimo de procura no “e-commerce” e o aumento das entregas físicas face à redução das compras em loja.
A EDP Renováveis valorizou 52,5% nos últimos 12 meses ,passando a ser a empresa com maior capitalização bolsista do PSI-20. Pela primeira vez, ultrapassou a EDP como empresa mais valiosa do mercado.
As poucas empresas industriais que integram o PSI-20 também evoluíram de forma positiva. A Altri valorizou 27,5% e está agora a apostar também no setor da energia, tendo contratado o ex-CEO da EDP Renováveis. A cotação da Navigator avançou 20,2%. Por seu turno, a Semapa subiu 26,2%. A Corticeira Amorim teve um desempenho acima da média do PSI-20, valorizando 12,4%. O mercado atribui a esta empresa um valor próximo dos 1400 milhões de euros.
A Ramada, a empresa mais recente no PSI-20, teve um bom desempenho, com a cotação a subir 44,2% desde junho do ano passado.
Ao contrário da maioria das empresas cotadas, a Galp perdeu valor, recuando 16,8% face a junho do ano passado. A queda de consumo dos combustíveis e a transição energética serão as causas que explicam a perda de cotação.

Dividendos atraem poupança
 Com as taxas de juro praticamente a zero, os dividendos das empresas cotadas podem ser uma melhor alternativa para aplicação de poupanças, apesar do risco da cotação.
Entre as empresas do PSI-20, a Nos tem o melhor dividendo com uma remuneração de 9,6% para os acionistas. No entanto, o valor da ação recuou 26,6%.
A Navigator tem um retorno em dividendo de 7,24%, que acresce à valorização de 20,2%, sendo uma das empresas com melhor histórico de rendimento para os acionistas. Entre as empresas com melhores dividendos, destacam-se ainda a REN, com 7,4%, a Mota-Engil, com 6,9%, e a EDP, com 4,2%.
 
Bolsa com dimensão reduzida
Na comparação com os países vizinhos, a bolsa portuguesa evidencia a sua reduzida dimensão e escasso número de empresas cotadas.
O índice PSI-20 subiu 11,6%, mas ficou aquém do avanço de 16,2% do IBEX 35, colocando as empresas cotadas espanholas numa posição mais favorável em termos de recuperação.
A soma do valor das 18 empresas do PSI-20 ronda os 68 mil milhões de euros sendo bastante menos que o valor de 100 mil milhões de euros da Inditex. A empresa espanhola vale mais em Bolsa que todas as empresas juntas do PSI-20.
Em Portugal, as três eléctricas, EDP, EDP R e REN, têm um valor superior a 55% do total de empresas cotadas no PSI--20.
Na bolsa portuguesa apenas está cotado um único banco, o BCP, após o fim do BES e do Banif, enquanto em Espanha estão cotadas as acções dos principais bancos. Só a Iberdrola  tem uma capitalização bolsista próxima de 68 mil milhões de euros, ultrapassando o valor de todas as cotadas no PSI 20.
Apesar de o PSI-20 integrar as maiores empresas portuguesas, o valor médio das empresas espanholas cotadas em bolsa é quase cinco vezes superior ao valor das empresas nacionais.

Portugal com maior queda da economia da União Europeia

A economia portuguesa foi a que registou a maior quebra da União Europeia, no primeiro trimestre. A queda foi de 3,3%, face aos três meses anteriores, que compara com a contração de 0,1% da U.E. Na Zona Euro, a economia recuou 0,3%, de acordo com o Eurostat. Em termos homólogos, a economia nacional caiu 5,4%, o que compara com a descida de 1,3%, na região da moeda única.



João LuÍs de Sousa (jlsousa@vidaeconomica.pt), 10/06/2021
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