Brasil e China são mercados estratégicos para os vinhos de Setúbal;

Henrique Soares, presidente da CVRPS, adianta
Brasil e China são mercados estratégicos para os vinhos de Setúbal
Vender vinhos portugueses no espanhol “é uma prova de talento enológico e comercial”, considera Henrique Soares.
Os vinhos da Península de Setúbal marcam presença em grandes certames internacionais. Depois da participação na Arco, que decorre e Madrid, de 22 a 26 de fevereiro, os vinhos daquela região estarão presentes na  Prowein, que decorrerá de 18 a 20 de março, ocupando 100 m2 de stands, avança à “Vida Económica” Henrique Soares, presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal (CVRPS).
“Em final de maio início de junho estaremos no Brasil e em novembro na China”, Acrescenta.

Vida Económica - Qual a a relevância de Espanha para os produtores da Península de Setúbal?
Henrique Soares - Para os vinhos portugueses com Denominação de Origem e/ou Indicação Geográfica o peso do mercado espanhol é diminuto, o mesmo se aplica aos Vinhos da Península de Setúbal.  
 
VE - O que justifica o investimento português em Espanha, nomeadamente Sogrape, Herdade de Portocarro, José Maria da Fonseca ou António Saramago, que são agentes económicos associados da CVRPS?
HS - Espanha é um mercado com escala, apesar do relativamente baixo consumo “per capita”, os vinhos espanhóis também melhoraram imenso de qualidade e têm quotas apreciáveis nos principais mercados importadores de vinho, muito superiores ás dos vinhos portugueses se excluirmos os mercados lusófonos, o que também se justifica face á muito maior dimensão produtiva de Espanha. A aposta da Sogrape é absolutamente diferenciada, tratou-se de mais uma aquisição no portfólio duma empresa que atua à escala global produtiva e comercialmente. Os outros investimentos tanto quanto julgo saber são de carácter puramente comercial e visam aproveitar uma economia que na União Europeia é das que mais cresce, onde a “gastronomia e os vinhos” são de facto uma aposta estratégica, que pode ter algum retorno para um vinho como o Moscatel de Setúbal e o Moscatel Roxo de Setúbal, bem como para alguns vinhos tintos premium e superpremium da região.   
    
VE - O que representa para os produtores nacionais a presença na Arco Madrid?
HS - Vender vinhos portugueses num mercado tão maduro, conhecedor, exigente e nacionalista como o espanhol será antes de mais uma prova de talento enológico e comercial, mas também um “atestado” de irreverência e qualidade, equivalente aos chilenos venderem vinhos na argentina ou vice-versa, só que entre Espanha e Portugal o “campo” está muito inclinado a nosso desfavor!   
 
VE – O que justifica o apoio da CVRPS às ações do projeto Portugal se Come?
HS - As ações são antes de mais das empresas e só por isso é que a CVRPS fará um pequeno investimento, apoiando duas das ações do projeto Portugal se Come, em concreto, diria mesmo que deverá ser um ato isolado (este apoio da CVRPS), a abordagem a um mercado de proximidade como o espanhol não está no nosso horizonte, nem se justifica, é um mercado que caberá às empresas abordar individualmente. A CVRPS envolveu-se na sequência do “desafio” lançado pela AICEP em conjugação com a Força Motriz e depois dum conjunto relevante de empresas da região ter aderido às ações. O investimento justifica-se pelo seu custo reduzido e por ter sido a fórmula que encontrámos para viabilizar um conjunto mais alargado de ações, na perspetiva de garantir algum impacto e retorno para as empresas que se envolveram.
 
VE -Quais são as próximas ações de promoção internacional da CVRPS?
HS -Teremos dentro de um mês um stand “Vinhos da Península de Setúbal” na PROWEIN (em Dusseldorf), a maior e mais importante feira de vinho do mundo, onde ajudámos a viabilizar a presença de 11 empresas, cuja presença acresce a outras cinco que o fazem de mote próprio, mas cujo resultado se traduzirá em quase 100m2 de stands com vinho da Península de Setúbal, números nunca antes alcançados pela região (assim se traduzam em mais e melhores negócios!...).   Em final de maio início de junho estaremos no Brasil e em novembro na China, daremos assim continuidade a uma aposta nestes dois mercados estratégicos para os nossos vinhos, iniciada há três anos atrás.
 
Susana Almeida, 23/02/2017
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