Região de Coimbra é atrativa para investir e para viver
“A região Centro é uma região onde as pessoas gostam de viver” – afirmou Conceição Carvalho, diretora da CCDR Centro. Os índices de satisfação da população mostram que mais de 70% dos inquiridos afirmam gostar de viver na região Centro.
Há uma diversidade de fatores que tornam a região Centro atrativa: é uma região que tem o mar, a terra, tem património e um conjunto de oferta turística diversificada e complementar para ser atrativa no plano cultural e turístico. O futuro da região esteve em debate na conferência sobre Economia Local e Desenvolvimento Regional, organizada pela “Vida Económica”, que decorreu na Coimbra Business School, com o patrocínio do Banco Santander.
Em termos de atividade produtiva, a indústria tem um peso expressivo, representando 37% do PIB. O comércio e os serviços são também relevantes ao nível do emprego e da criação de riqueza.
Sobre o perfil das exportações, Conceição Carvalho referiu que mais de 30% se concentram nas máquinas, aparelhos, plásticos e no setor do metal. Os moldes e a cerâmica são também setores predominantes na região. O destino das exportações da região está muito orientado para o nosso vizinho espanhol, que representa mais de 25% do total vendido no exterior. Os mercados da UE também são importantes como destino das exportações da região. Os mercados fora da UE representam cerca de 13%, com destaque para Angola, Estados Unidos e Brasil.
Segundo referiu Conceição Machado, além da indústria e das exportações, a região Centro tem um conjunto de atividades ligadas aos recursos naturais, como é o caso do queijo, da floresta e do mel.
Cluster do conhecimento evolui de forma positiva
“A área das tecnologias da informação tem estado à frente em termos de intervenção competitiva na região de Coimbra” – afirmou Horácio Pina Prata. Para o presidente do NERC – Núcleo Empresarial da Região de Coimbra, a afirmação da região nos domínios do conhecimento é uma realidade. Para continuar a crescer nesta vertente, a região necessita de medidas que possam enquadrar o desenvolvimento das competências, o desenvolvimento das tecnologias de informação e dinamizar o papel de algumas entidades que são obviamente fundamentais.
Para Horácio Pina Prata, a região tem vantagens competitivas mas enfrenta a ameaça de alguma desqualificação a nível das infraestruturas. “O caminho que tem vindo a ser feito na perspetiva associada à questão da análise do Portugal 2030 na vertente rodoviária, ferroviária e outros, levou claramente à desqualificação da região nas linhas estratégicas e orientação de infraestruturas” – lamentou o presidente do NERC.
O IP3 vai ser requalificado entre Coimbra e Viseu, mas não terá o perfil de autoestrada como acontece noutras regiões do país. Segundo Horácio Pina Prata, a vertente da ferrovia é essencial, devendo ser contemplada a linha atlântica com os investimentos necessários à circulação ferroviária de passageiros e mercadorias.
Os planos do Governo incluem um investimento de cerca de 80 milhões de euros no porto da Figueira da Foz.
Mas Horácio Pina Prata considera que os investimentos em infraestruturas na região estão longe de responder às necessidades de desenvolvimento.
Mais de 50 mil empresas
A região de Coimbra tem a maior comunidade intermunicipal do país. “Fazer estratégias de planeamento para uma região como a nossa, que vai desde a Pampilhosa da Serra até à Figueira da Foz, é um exercício complexo no seu dia a dia”- admitiu Jorge Brito, primeiro secretário da CIM Coimbra.
“Este é um dos nossos desafios também um dos nossos pontos fortes porque temos uma área territorial bastante alargada, com uma população de quase 450 mil habitantes, em 9 municípios” – referiu. “Temos um conjunto de acessos rodoviários, ferroviários, aéreos, marítimos” – acrescentou. A gestão tem que ser feita entre Coimbra, que é uma autoridade autónoma e tem serviços autónomos e o resto da região e aquilo que são os diversos modos de transporte desde a ferrovia à rodovia, cruzando com os objetivos de convergência com a descarbonização da sociedade.
“Temos mais de 50 mil empresas sediadas, sendo importante realçar que o nosso tecido empresarial é maioritariamente composto por empresas que têm menos de 10 colaboradores. É importante ter instrumentos que unem aquilo que é a nossa realidade. De que nos vale ter hoje instrumentos de financiamento de apoio se não são compaginados e adequados àquilo que é a nossa realidade? – questionou.
Este exercício permite ter hoje conjuntos de instrumentos adequados, e, naturalmente, precisam de ser afinados e melhorados num processo constante e dinâmico.
“Uma instituição que gere território não pode ignorar o que são as dinâmicas territoriais, seja do ponto de vista da digitalização da sociedade ou seja do impacto e exposição aos riscos. Basta ver o que aconteceu nos incêndios florestais que aconteceram no território, onde 60% das exportações têm origem na cadeia florestal” - acrescentou.
Paradigma do investimento mudou
“É quase impossível falar sobre investimento ou desenvolvimento sem falar do financiamento” – afirmou Paulo Natal. O diretor do Banco Santander recordou que vivemos há não muito tempo uma crise financeira que levou a uma redução significativa do financiamento e a uma alteração de paradigma de investimento.
“Até 2007, a construção estava claramente no epicentro das decisões de investimento e era realmente o setor que mais absorvia a capacidade de financiamento. Depois temos três momentos: o momento de 2007, com uma perceção de risco baixa e com custos de financiamento muito baixos. Depois, o período de crise financeira de 2008/2010, em que a perceção de risco aumentou e as taxas de juro também subiram, e depois o período da Troika, de 2011 até 2014, em que a perceção de risco aumentou e as taxas de juro aumentaram também significativamente, atingindo um pico de 8,9% na dívida pública” – disse Paulo Natal.
“O endividamento das empresas nesse período superou os 160% do PIB, o que não era sustentável. Evidentemente que estávamos muito suportados pelo financiamento de obra pública, e construção, mas não era possível continuar esse modelo de endividamento, até porque o acesso a financiamento ficou bastante restrito” – referiu o diretor do Banco Santander.
Foi necessário reduzir o endividamento porque tivemos também maiores custos de financiamento e as empresas tiveram que fazer uma desalavancagem forte e a contração do investimento.
Para Paulo Natal, no pós-crise há claramente um reforço de investimento em áreas de maior valor acrescentado, nomeadamente em tecnologia, propriedade industrial e em máquinas e equipamentos. As prioridades deixaram de estar no tradicional financiamento na construção e viraram-se para as áreas de maior valor acrescentado. “As empresas têm vindo a fazer uma aposta crescente no investimento em investigação e desenvolvimento e em pessoal qualificado” – acrescentou Paulo Natal.
Ensino Superior mais próximo das empresas
“A aproximação do Ensino Superior às empresas tem sido a nossa estratégia nos últimos anos” – afirmou Pedro Costa. O presidente da Coimbra Business School referiu que, em poucos anos, a escola passou de seis cursos a 22 cursos de Licenciatura.. A escola, integrada no Politécnico de Coimbra, tem atualmente 36 cursos de Pós-Graduação e de MBA, além de cerca de 50 cursos com menor duração.
“A nossa oferta formativa aumentou exponencialmente, o que traduz uma maior aproximação à região e ao país. Nós temos já a Business School em Lisboa e no Porto, para além da Figueira da Foz. A Coimbra Business School já é muito mais do que uma escola da região, embora, obviamente, a região seja o nosso elo de ligação forte. Mais de metade dos nossos alunos que não são da região de Coimbra já estão pelo país todo – salientou Pedro Costa. Segundo referiu, essa estratégia tem sido acompanhada de uma ação com bons produtos e qualidade reconhecida pelo mercado, pela região e pelo país. “Nós passámos de 1100 alunos para 3700 alunos e conseguimos índices de empregabilidade na ordem de 96%, que refletem o reconhecimento da qualidade dos nossos cursos. Estamos no caminho certo, achamos nós. Ainda assim, entendemos que ainda há muita coisa a fazer, nomeadamente, repensar a investigação, e ver de que forma é feita” – acrescentou.
Turismo cresce na região Centro
“A atividade turística está a crescer na região Centro acima da média nacional” – afirmou Pedro Machado. Para o presidente do Turismo do Centro de Portugal, justifica-se criar um aeroporto em Monte Real, para apoiar o crescimento do turismo religioso em Fátima, e em simultâneo proporcionar uma alternativa ao congestionamento do aeroporto de Lisboa.
De acordo com as estimativas existentes, o investimento de cerca de 25 milhões de euros poderia gerar um movimento superior a 600 mil passageiros, aumentando as ligações aéreas aos principais mercados da União Europeia.
Para Pedro Machado, é importante separar o investimento do setor privado da missão do setor público.
“Nós temos este caminho bem definido no que diz respeito ao papel das empresas. A atividade turística reside essencialmente nas empresas do setor privado. Quando pensamos em restauração, alojamento, quando pensamos, serviços, não são vertentes próprias das entidades públicas” – salientou.
Na opinião de Pedro Machado, o turismo é uma matéria-prima muito especial, porque assenta em pessoas. “Sempre que interpretamos o turismo, desde a estruturação dos recursos até temos produtos para os turistas, ou pensamos em toda e a qualquer estratégia de produção nacional ou de internacionalização, não podemos perder este foco. Estamos a falar de pessoas, e, como tal, o setor é fortemente influenciado por todas as variáveis, como a demografia, o conhecimento, o desenvolvimento e a cultura” – acrescentou. Segundo referiu, o fenómeno da indústria do turismo deve ser interpretado e percorrido como um caminho transversal.
Para Conceição Machado, a região Centro tem vindo a crescer na indústria e nas atividades ligadas aos recursos naturais.
Horácio Pina Prata considera que a região tem vantagens competitivas mas enfrenta a ameaça de alguma desqualificação a nível das infraestruturas.
“Mais de 50 mil empresas estão instaladas na região de Coimbra”, referiu Jorge Brito
“As empresas têm vindo a fazer uma aposta crescente no investimento em investigação e desenvolvimento e em pessoal qualificado” – destacou Paulo Natal.
“A aproximação às empresas é a prioridade estratégica da Coimbra Business School” – afirma Pedro Costa.
Para Conceição Machado, a região Centro tem vindo a crescer na indústria e nas atividades ligadas aos recursos naturais.
Horácio Pina Prata considera que a região tem vantagens competitivas mas enfrenta a ameaça de alguma desqualificação a nível das infraestruturas.
“Mais de 50 mil empresas estão instaladas na região de Coimbra”, referiu Jorge Brito
“As empresas têm vindo a fazer uma aposta crescente no investimento em investigação e desenvolvimento e em pessoal qualificado” – destacou Paulo Natal.
“A aproximação às empresas é a prioridade estratégica da Coimbra Business School” – afirma Pedro Costa.