"Crescimento das PME portuguesas é consistente"
O crescimento das PME portuguesas após a crise ainda é, porém, “lento”, ainda que “consistente”, diz a Comissão Europeia. O valor acrescentado gerado pelas PME nacionais atingiu valores baixos em 2012, mas “cresceu substancialmente” para um total de 16,7% no final do período 2012-2016 face aos números registados em 2008.
Até 2018 o valor acrescentado para a economia nacional gerado pelas PME deverá crescer 8,8% (6,4% na UE28). O emprego neste período 2012-2016 registou uma subida de 6,6% mas, apesar disso, em 2016 ainda era 14,85% mais baixo do que no período pré-crise, revela a Comissão. No entanto, para 2018 a perspetiva é de um crescimento de 3% (1,9% na UE28) e mais 70 mil empregos.
Fundos estruturais: “o grande motor de crescimento”
A Direção-Geral do Crescimento da Comissão Europeia garante que os mais recentes números quanto às PME portuguesas “são positivos”, com um valor acrescentado trazido para a economia e um nível de emprego a subirem 3,8% e 3,5%, respetivamente. Um desempenho que muito se deve aos fundos estruturais, considerados o “grande motor de crescimento” económico de Portugal, dadas as restrições no acesso ao financiamento bancário. Até maio deste ano, a Comissão Europeia estima que as PME portuguesas tivessem já recebido apoios comunitários no montante de cerca de seis mil milhões de euros.
A “Vida Económica” questionou Ludger Odenthal, diretor de políticas da Direção-Geral do Mercado Interno, Indústria, Empreendedorismo e PME da Comissão Europeia, à margem da sessão sobre o peso específico do setor agroalimentar no tecido empresarial da UE28 e qual o seu contributo em número de empresas e para a criação de emprego e valor acrescentado.
Este técnico da Comissão Europeia explicou que “a indústria alimentar está englobada na categoria da indústria” analisada no relatório e que os dados apresentados em Talin “abrangem a economia comercial não financeira, que inclui a indústria, a construção, o comércio e os serviços, mas não as empresas na área da agricultura, silvicultura e pescas”. E, mesmo dentro da categoria das empresas alimentares, Ludger Odenthal refere que os únicos setores que abordam e que se aproximam da informação solicitada pela “Vida Económica” estão integrados na classificação “Alojamento / serviços de alimentação” e “Atividades de serviços de alimentos e bebidas”, pelo que não foi possível desagregar esses valores.