Grupo Luís Vicente quer duplicar volume de produção até 2022
O grupo Luís Vicente, com sede em Torres Vedras, e várias centenas de hectares de plantação de fruta (pera rocha, pêssegos, ameixas, nectarinas, dióspiros e marmelos) na região do Oeste e em Ferreira do Alentejo que lhe garantem cerca de 15 mil toneladas de frutas por ano, quer “duplicar o volume de produção até 2022”. A garantia é do CEO do grupo, António Santos, em conversa com a “Vida Económica” na feira Fruit Attraction de Madrid.
O grupo, que investiu cinco milhões de euros em 2014 em duas fábricas de processamento de fruta e acaba de investir 250 mil euros no relançamento e reposicionamento da marca Frubis (fruta fresca, cortada em pedaços, em fatias finas ou desidratada), tem também parcerias em vários estados do Brasil. Lá, através da marca Plump, detém 500 hectares de produção própria de frutas tropicais, principalmente mangas, papaias, mamão e limas. Na Costa Rica, onde também opera com a marca Plump, possui 500 hectares de produção de abacaxi e mandioca em parceria com produtores locais, refere António Santos.
Além destas bases de produção no continente americano, de onde exportam para vários clientes, grossistas ou industriais, em vários países do mundo (Canadá, Costa Rica, Colômbia, Brasil e Panamá), o grupo Luís Vicente tem centros de distribuição Plump em Espanha e na Holanda. Os seus mercados de exportação na Europa vão da vizinha Espanha à França, Itália, Alemanha (“o nosso principal mercado”), Áustria, Holanda, Bélgica, Inglaterra, Irlanda, Polónia, Roménia, República Checa, Finlândia, Grécia, Lituânia, Letónia, Bulgária, Dinamarca, Malta, Luxemburgo, Rússia, Noruega e Suíça. Na Ásia, as frutas do grupo Luís Vicente chegam aos Emirados Árabes Unidos, à Malásia, Singapura, Bangladesh e Índia.
“Queremos ser um operador de referência de frutas e legumes em Marrocos”
“Queremos ser um operador de referência de frutas e legumes em Marrocos”
Mas é em África que o grupo está agora focado. No norte do continente, em Marrocos, há muito que os seus administradores olham para lá com particular interesse e é naquele país governado pelo rei Mohamed VI que a Luís Vicente quer tornar-se “um operador de referência de frutas e legumes”, garante Miguel Barbosa, diretor-geral, à “Vida Económica”. “Durante o ano de 2018 acreditamos que isso seja uma realidade”, diz o mesmo responsável, revelando que vão arrancar com a construção de um centro logístico para “reforçar a capacidade logística e de armazenamento da produção”. Depois, o passo seguinte “é a produção própria”.
Descendo o longo território africano, Angola é outro destino onde o grupo Luís Vicente já opera há vários anos. A 400 quilómetros a sul interior de Luanda, na região de Quibala (província do Cuanza Sul), há já 400 hectares de terras cultivadas, com estrutura de regadio, onde produzem batata, cenoura e cebola. “É a maior empresa de frutas e legumes de Angola”, garante o CEO do grupo, António Santos. A Plump Angola faz a distribuição dos produtos pelo país.
Ciente do potencial da agricultura em Angola e do desenvolvimento que o setor lá pode ter nos próximos anos fruto da estabilidade política alcançada, dos resultados das últimos eleições e da vontade expressa dos novos governantes de diversificarem a economia angolana, o grupo Luís Vicente admite reforçar a operação naquele país. “Ponderamos novas plantações”, revela o CEO do grupo. Miguel Barbosa, diretor-geral, adianta até que já têm “algumas fazendas identificadas noutras zonas”, mas que tudo vai depender da “alocação de divisas para estes projetos”.