Vale da Rosa lança vinagre com a Paladin e quer 500 hectares de produção até 2022
A empresa Mendes Gonçalves, da Golegã, acaba de lançar o Paladin Vinagre de Uvas Vale da Rosa, um produto concebido a partir da produção excedente das uvas da herdade Vale da Rosa, em Ferreira do Alentejo. “É uma excelente parceria com a Paladin”, garante
o responsável dos mercados externos, Ricardo Costa, à “Vida Económica” em Madrid.
Questionado pela “Vida Económica”, Carlos Mendes Gonçalves, CEO da Paladin, confirma a parceria e explica que, “na verdade, fizemos um projeto de economia circular com a Vale da Rosa”. Numa primeira fase, no ano passado, a empresa da Golegã, “foi buscar as uvas
que resultaram do processo de escolha e seleção da Vale da Rosa. Trouxemo-las para a Golegã onde as fermentámos e transformámos em vinagre, tendo feito depois o vinagre de uvas Paladin/Vale da Rosa”, acrescenta o CEO.
Este ano, já instalaram “uma pequena unidade ao lado das instalações fabris do Vale da Rosa e, assim, ainda recebemos as uvas mais frescas, fazendo logo ali o processo de fermentação alcoólica e depois, já aqui na Golegã, fazemos o processo de fermentação acética”, explica Carlos Mendes Gonçalves. Desse modo, “reduzimos ainda mais o impacto ambiental, reduzindo em muito os transportes e, logo, os consumos de combustível”.
O CEO da Mendes Gonçalves
não tem dúvidas: “estamos a aproveitar um produto extraordinário, fresco e em perfeitas condições que acabaria por se tornar um resíduo e a transformá-lo num vinagre muito diferenciador, acrescentando valor para as duas empresas e reduzindo em muito o impacto
ambiental”. O produto final é um vinagre rosé com as duas identidades das duas marcas.
Seis hectares para produção de uvas passas
A herdade Vale da Rosa, que tem hoje em produção 250 hectares de terras, quer chegar aos 500 hectares até 2022. Ricardo Costa disse à “Vida Económica” em Madrid que o objetivo da empresa é “ter o dobro da área de produção atual daqui a cinco anos”, passando das atuais 6000 toneladas de uva por ano para “15 mil toneladas em 2022/2023”.
Em paralelo, a empresa “vai plantar seis hectares de vinha só para fazer uvas passas” e também vai lançar uma linha de compotas e
doces de fruta Vale da Rosa, revelou o responsável pelos mercados externos. O projeto está “à espera de aprovação”. “Queremos criar valor em Ferreira do Alentejo e estamos a apostar muito forte no canal horeca”, garante Ricardo Costa, frisando que, da produção de uvas de mesa, cerca de 25% vai para exportação para cerca de 12 países, entre a Europa (Reino Unido e outros destinos do Norte da Europa, sendo que “França é um mercado muito importante que estamos a explorar”), Ásia (Malásia ou Dubai, por exemplo) e África
(Angola).
A Vale da Rosa espera registar um volume de negócios de 12 milhões de euros este ano. Emprega em média 350 pessoas e, nos picos de produção,cerca de 1000.