Marrocos abre portas ao investimento direto português;

Isenção de impostos nos primeiros cinco anos e taxas reduzidas nos anos seguintes
Marrocos abre portas ao investimento direto português
O embaixador de Marrocos, Othamane Bahnini, realçou o bom momento das relações entre o seu país e Portugal.
 
Isenção de impostos nos primeiros cinco anos e taxas reduzidas nos anos seguintes, bem como as potencialidades da sua plataforma logística industrial, ligada a 186 portos, de 77 países e cinco continentes. Estas são algumas das principais vantagens para as empresas investirem em Marrocos. A revelação foi feita por Sara Maatouk, da “Tanger Med Zones”, durante o seminário “As Relações Luso--Marroquinas, uma parceria estratégica” promovida pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Marroquina e pela Câmara Municipal da Maia, encontro em que esteve presente o embaixador de Marrocos, Othamane Bahnini.
 
Perante uma plateia de cerca de 80 empresários, Silva Tiago, presidente da autarquia da Maia, sublinhou a importância da presença do embaixador do Rei de Marrocos, reiterando a vontade do Município da Maia em contribuir para o reforço das relações entre Portugal e Marrocos, designadamente na área económica, aproveitando o potencial e dimensão do tecido empresarial da Maia. Por sua vez, o embaixador de Marrocos, Othamane Bahnini, que aproveitou a oportunidade para ouvir diversos empresários presentes, alguns deles já com relações comerciais e investimentos em Marrocos, realçou o bom momento das relações entre o seu país e Portugal, reforçadas pelos acordos de cooperação celebrados no final de 2017 entre os governos marroquino e português. Othamane Bahnini referiu ainda a vontade do seu Governo em promover o crescimento das trocas comerciais com Portugal, bem como ver aumentados os investimentos de empresários portugueses em território marroquino. O embaixador chamou a atenção ainda da importância de Marrocos enquanto porta de entrada na região do Magrebe e no próprio continente africano. 
 
Marrocos deverá ser encarado como um “mercado estratégico”
 
O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Marroquina, Tawfiq Rkibi, sublinhou que Marrocos deverá ser encarado por Portugal como um “mercado estratégico e não como um mercado tático”, devendo os empresários portugueses não se ficar apenas pelas exportações, mas partir para o investimento direto, pois, para além de este país do Norte de África ser um país vizinho, cujo território mais próximo dista apenas 42 Km da costa algarvia, é também uma porta de acesso privilegiada a um mundo de cerca de 1100 milhões de consumidores, face aos acordos de comércio que Marrocos tem com diversos países do mundo. Tawfiq Rkibi recordou ainda que Marrocos possui as melhores infraestruturas de África, tem oito portos internacionais, possui comboio de alta velocidade, tem uma classe média cada vez mais forte e é um dos países que atualmente mais captam investimento estrangeiro. Referiu também que Marrocos tem em curso um Plano de Desenvolvimento Sustentável, que prevê atingir a meta dos 42% até 2020 de consumo de energia eléctrica a partir de fontes renováveis. 
Sara Maatouk, da “Tanger Med Zones”, explicou os benefícios de investimentos empresariais na Zona Franca de Tânger, especialmente a nível fiscal, com isenção de impostos nos primeiros cinco anos e taxas reduzidas nos anos seguintes, bem como as potencialidades da sua plataforma logística industrial, ligada a 186 portos, de 77 países e 5 continentes. Destacou ainda a “Tanger Automotive City”, onde está instalada a maior fábrica de automóveis do continente africano.
 
Projeto “Casablanca Finance City”
 
Aicha Hajiam, do BMCE Bank, abordou os apoios disponibilizados pela instituição financeira marroquina a investimentos empresariais em Marrocos e no continente africano. Referiu-se ainda ao projeto “Casablanca Finance City”, que pretende tornar Casablanca um hub financeiro para negócios em África.
O vereador das Relações Internacionais da autarquia da Maia, Paulo Ramalho, destacou “a importância destas iniciativas, designadamente nos dias de hoje, em que a globalização colocou a ambição da internacionalização também na agenda das pequenas e médias empresas”, e em que “a decisão de investir, designadamente em mercados estrangeiros, deve ser alicerçada em postulados de conhecimento e de confiança, que, no caso de Marrocos, saíram claramente reforçados pela credibilidade prestada pela presença e voz do seu embaixador”. Paulo Ramalho identificou ainda esta iniciativa como “uma ação de diplomacia local, tendente a promover no plano internacional, neste caso junto de Marrocos, as potencialidades do Município da Maia, do seu território, e designadamente do seu tecido empresarial”.


Paulo Ramalho, vereador das Relações Internacionais da autarquia da Maia, Othamane Bahnini, embaixador de Marrocos, e Silva Tiago, presidente da autarquia da Maia, defenderam o reforço das relações entre Portugal e Marrocos.

Câmara Municipal da Maia recebeu embaixador de Marrocos no âmbito do Seminário “As Relações Empresariais Luso-Marroquinas”.
Susana Almeida, 11/04/2019
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