Alojamento turístico, restauração e bebidas com 74% das empresas encerradas;

Inquérito AHRESP
Alojamento turístico, restauração e bebidas com 74% das empresas encerradas
Ana Jacinto, Secretária-Geral da AHRESP.
AHRESP realizou um inquérito, entre 1 e 3 de abril, junto do alojamento turístico e da restauração e bebidas, de modo a apurar os efeitos que a pandemia da COVID-19 está a causar na atividade do setor. Das 1819 respostas válidas (67% do Alojamento Turístico e 33% da Restauração e Bebidas), 74% das empresas refere já estar encerrada.
A AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal realizou um inquérito, entre 1 e 3 de abril, junto do alojamento turístico e da restauração e bebidas, de modo a apurar os efeitos que a pandemia da COVID-19 está a causar na atividade do setor. Das 1819 respostas válidas (67% do Alojamento Turístico e 33% da Restauração e Bebidas), 74% das empresas refere já estar encerrada. Dessas, 30% não conseguiu pagar salários em março e 63% diz que não vai conseguir pagar salários em abril se não tiver apoios. 49% vai avançar para ‘lay-off’ e, dessas, cerca de 74% refere que é para aplicar à totalidade dos trabalhadores. 94% das empresas garante que não fez despedimentos.
Do inquérito realizado pela AHRESP, cerca de 44% das empresas referiu ter registado “uma quebra superior a 80% quando comparado com março de 2019”. Por outro lado, “mais de 80% das empresas estima não registar qualquer faturação no mês abril, sendo que, para o mês de maio, 70% estima que não vai ter qualquer faturação e apenas cerca de 12% das empresas está a contar faturar até um máximo de 5.000 euros nesse mês.
Para o mês de junho, cerca de 23% das empresas destes setores não consegue prever qualquer estimativa de faturação. No entanto, 36% estima que no mês de junho continuará sem qualquer faturação, 25% conta com uma faturação máxima de 5.000 euros nesse mês e apenas 7,5% das empresas tem em perspetiva uma faturação entre 5.000 e 10.000 euros.
Face a esta panorâmica, e tendo em conta as estimativas de faturação para abril, maio e junho, e a capacidade de suportar os encargos habituais (pessoal, luz, gás, água, rendas, encargos financeiros entre outros fornecedores), 42% das empresas ouvidas neste estudo referiu que, em abril, “não vai conseguir cumprir com os compromissos”. Em maio, 54% das empresas também não vão ter essa capacidade e 58% no mês de junho.
 

Empresas querem apoios a fundo perdido e isenção de impostos

 
Perante esta incapacidade de cumprir com os encargos e compromissos da sua atividade, o inquérito ao setor de alojamento turístico e da restauração e bebidas refere que “17% das empresas admite avançar diretamente para insolvência, 29% tem essa intenção e 33% das empresas não sabe se irá avançar ou não para insolvência”.
De notar que, apesar da conjuntura, das empresas inquiridas pela AHRESP, 77% não recorreram a apoios financeiros disponibilizados pelo Governo. Por outro lado, 58% das empresas refere que as linhas de apoio financeiro não são adequadas às suas necessidades.
Indicam, aliás, que os apoios a fundo perdido, isenção de impostos e encargos financeiros eram, do seu ponto de vista, “as principais soluções para apoiar o tecido empresarial”. Das 23% empresas que recorreram aos apoios, a linha de apoio do Turismo de Portugal foi a mais referenciada (56%).
Das empresas inquiridas, um último dado a registar: 94% das empresas não efetuaram despedimentos em março e, das 6% que o fizeram, 44% referiu apenas ter dispensado um trabalhador.
TERESA SILVEIRA - teresasilveira@vidaeconomica.pt, 08/04/2020
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