Renault Twingo Eletric;

Ensaio
Renault Twingo Eletric
Longe vão os tempos em que ia levantar um veículo elétrico e havia sempre aquele misto de curiosidade, ansiedade e estranheza. Era um mundo novo o da eletrificação. Aos poucos esta nova normalidade foi tomando conta do mundo automóvel e, nos dias de hoje, ensaiar um elétrico tornou-se normal.
Então o que importa ensaiar num elétrico?
O mesmo que anteriormente se ensaiava, mas também o modo como as baterias influenciam ou não o comportamento, a travagem (devido ao maior peso do conjunto), tração, autonomia, ruído a bordo…
Dito isto, é hora de ensaiar o Twingo.
Outrora um automóvel que marcou uma geração devido ao desenho e soluções que incorporou; hoje, fruto da ligação ao grupo Daimler, foi desenhado para servir as duas marcas, com soluções comuns. E o que muda? Bom, sobre a Smart somente com um ensaio, mas com o Twingo, encontramos um desenho que exteriormente cativa onde incorpora a linha estilística Renault com uma grelha a negro com o losango ao centro [neste caso do Elétrico com apontamentos em azul e que se estendem às jantes, tampa da bagageira com logo Z.E (zero emissions) e um autocolante azul em toda a faixa lateral do Twingo].
Sabendo que este Twingo eletrico já foi pensado desde início para ter também uma solução elétrica,  percebemos que as baterias não vieram roubar espaço ao interior deste automóvel. O interior, como não podia deixar de ser num veículo com um passado destes, mas sobretudo para o público jovem,a quem mais se destina, possui soluções claramente minimalistas e joviais.
Os bancos possuem bom apoio lateral, com apoio de cabeça integrado, e são rijos (algo que aprecio, muito ao estilo alemão), um volante centrado com o pedal e os bancos, de boa pega, em pele e com os comandos no volante (somente os essenciais, sendo o pedido de ativação por voz um deles). Todos os plásticos do habitáculo (de duas cores) são rijos mas suaves ao toque. O painel de instrumentos digital é, no seu minimalismo, completo, com a informação sobre o estado da bateria, a velocidade e o modo da caixa selecionado. O ecrã de 7” na consola central é, tal como a maioria dos Renault, possuidor de um software intuitivo. O espaço interior é bom à frente e justo atrás, para mais dois ocupantes. A bagageira de 240 litros serve o propósito urbano do veículo.

E como se move?
Bom, nesta versão ainda temos de dar à chave, ao invés de clicar num botão para acionar o motor elétrico, uma solução que pode ser melhorada; depois basta engrenar o D e arrancar. E, sendo um motor com 80 cv, não é expetável uma força gigantesca. Selecionada a opção Eco (por defeito), a celeridade com que se desloca é progressiva. Desligando o Eco conte com uma maior rapidez e progressividade até atingir o limite de 135 km/hora. Basta, como alguém dizia, “fazer contas” pois são 1500 kg  a deslocar para 80 cv disponíveis.
O que o destaca?
O bom comportamento e a agilidade! Nos arranques mesmo em piso molhado, nada de perdas de tração, dada a progressividade do motor, bom comportamento em curva sem subviragem ou sobreviragem, confortável mas sobretudo permissivo q.b com pisos menos regulares. Rápido a reagir e a interagir com o condutor.

O must?
A brecagem! É assustadoramente enorme. A capacidade de, num pequeno espaço, rodopiar sobre si próprio é assinalável, o que em cidade é fantástico. Isto sem perder o feeling da direção.

Em termos de autonomia?
Bom, confesso que não liguei muito, mas, pensando que circulei durante quase todos os dias e num trajeto comum – casa-trabalho – ao fim de 4 dias ainda tinha 29% de bateria. Feitas as contas entre os kms quando o levantei e esta data, consigo percorrer sem reservas 200 km (sem controlar a  velocidade, as retomas de aceleração, circulando em autoestrada, condução não linear), o que é bom para um urbano.

O Twingo conta com dois níveis de equipamento

Zen

o ar condicionado automático, limitador de velocidade, sistema multimédia Easy Link de 7”, retrovisores elétricos da cor da carroçaria, sensores de chuva e de luminosidade, volante em couro regulável em altura, Abs, controlo de estabilidade
Preço a partir de 22.200 euros.
Intens
Sistema Easy Link 7 de 7” com navegação, ajuda ao estacionamento traseiro com câmara de marcha-atrás e sensores, regulador e limitador de velocidade, vidros traseiros escurecidos, jantes em liga leve de 15 polegadas, Abs, controlo de estabilidade
Preço a partir de 23.200 euros.
Jorge Farromba (jorgefarromba@gmail.com), 15/04/2021
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