BCE vai fazer “revisão estratégica” da sua política monetária;

BCE vai fazer “revisão estratégica” da sua política monetária
Christine Lagarde, nova presidente do BCE, assume que o apoio à economia real não será esquecido.
A nova presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, anunciou que a política monetária ficará sujeita a uma “revisão estratégica”, no breve prazo. No entanto, deixou claro que o banco vai continuar a apoiar a economia e que dará resposta aos riscos futuros, de acordo com o mandato de estabilidade dos preços definido pela instituição. 
 
Lagarde quer uma resposta comum por parte dos Estados-Membros relativamente aos desafios que se colocam à Zona Euro, o que deverá implicar um “novo mix de políticas europeias”, o que inclui a política monetária e a política orçamental. Tendo o BCE sob a sua responsabilidade a política monetária, a antiga responsável do Fundo Monetário Internacional está decidida a mudar de estratégia num futuro próximo. Ficou a garantia que os efeitos secundários das políticas monetárias serão monitorizados de muito perto. Ora, alerta que a política monetária conseguiria alcançar os seus objetivos com maior rapidez e menos efeitos secundários se outras políticas contribuíssem igualmente para o crescimento.
A presidente do BCE considera que o investimento representa um elemento determinante na resposta aos desafios que se colocam à região da moeda única, sendo importante dar prioridade a um futuro comum mais produtivo, digital e verde. Lembra que o investimento público continua abaixo dos níveis anteriores à crise, mas estão a surgir novas necessidades de investimento. Mesmo quando os governos precisam de consolidar as contas públicas, é fundamental manter o investimento público a níveis razoáveis. Por outro lado, alerta que também é necessário mais investimento empresarial, o que implica aumentar a produtividade. 
Neste contexto, Christine Lagarde chama a atenção para a importância de que se reveste a Zona Euro ganhar escala, através do impulso do seu mercado interno. Daí a necessidade de concluir o mercado único digital, a união do mercado de capitais e o mercado único do setor dos serviços, o que implica também terminar a união económica e monetária. 
Susana Almeida, 29/11/2019
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