Portugal tem as melhores condições de apoio às mulheres empreendedoras;

Bárbara Barros, diretora executiva da Netmentora, considera
Portugal tem as melhores condições de apoio às mulheres empreendedoras
“É notória a elevada criação de espaços e de organizações dedicadas a apoiar as startups”, afirma Bárbara Barros.
“Acreditamos que se um empreendedor for acompanhado, nos dois primeiros anos de vida do seu projeto, terá uma taxa de sucesso muito superior à que teria se iniciasse esta nova etapa da sua vida profissional sozinho”, afirma Bárbara Barros, diretora executiva da Netmentora.
Em sua opinião, “Portugal é o país com as melhores oportunidades e condições de apoio para as mulheres empreendedoras”.
Criada há cerca de dois anos e meio por um grupo de empresários que importou o original conceito francês, a Netmentora Lisboa by Reseau Entreprendre tem como objetivo principal fomentar o empreendedorismo, disponibilizando aos empreendedores nacionais o conhecimento e a experiência de um conjunto de mentores. Estes oferecem o seu “know-how” a pessoas que agora arriscam numa nova atividade empresarial com um projeto que foi aprovado e validado pela Netmentora, explica Bárbara Barros.
 “Acreditamos que, se um empreendedor for acompanhado, nos dois primeiros anos de vida do seu projeto, terá uma taxa de sucesso muito superior à que teria se iniciasse esta nova etapa da sua vida profissional sozinho”, frisa Bárbara Barros. Segundo a diretora executiva da Netmentora, o facto de existir esse acompanhamento, por mentores com experiência no mundo empresarial, vai contribuir para uma “maior solidez e consistência do projeto, aumentando as probabilidades de crescimento sustentado, criando novos postos de trabalho e riqueza local”. 
O apoio disponibilizado pelos empresários, membros da Netmentora, é “gratuito e imparcial” e “sem qualquer intenção de intervir diretamente na gestão ou no capital da empresa”. O objetivo é  ajudar a que os empreendedores não cometam determinados erros, que teriam um custo muito elevado para o projeto na fase inicial e que poderia colocar em causa a sobrevivência e continuidade do próprio projeto.
Assegurando o apoio a cinco projetos, a Netmentora Lisboa by Reseau Entreprendre tem já mais quatro em fase de avaliação para futura aprovação. No entanto, salienta Bárbara Barros, o objetivo para este ano é de “aumentar o número de projetos apoiados para 10”.
Embora a atuação da associação seja atualmente apenas local, centrada na região de Lisboa, a Netmentora não descarta a hipótese de, a curto ou médio prazo, alargar esta área de atuação. “Neste momento, queremos criar uma estrutura sólida e consistente em Lisboa, para depois alargarmos a existência do projeto a outras cidades”, refere a responsável. 
 
Empreendedorismo está a crescer rapidamente
 
Questionada acerca do estado atual do empreendedorismo em Portugal, Bárbara Barros, assegura que este “está a crescer muito rapidamente”. Apesar de não haver ainda dados concretos sobre este crescimento a responsável destaca que “é notória a elevada criação de espaços e de organizações dedicadas a apoiar as startups”, acrescentando que o facto de o Web Summit ser em Lisboa “tem também contribuído para este crescimento acentuado”.
“Portugal é o país com as melhores oportunidades e condições de apoio para as mulheres empreendedoras, estando em 6º lugar, à frente da Austrália e do Reino Unido, que vêm em 7º e 10º lugar, respetivamente”, indicou a diretora executiva da Netmentora. 
Contudo, ressalva Bárbara Barros, “nem sempre é fácil fundar uma empresa e ter sucesso em Portugal, e quem o disser é porque nunca foi empreendedor nem criou uma empresa de raiz”. “Um empreendedor tem que ser alguém com capacidade de resiliência, pois as adversidades com que se vai deparar aqui ou em qualquer parte do mundo são sempre uma realidade. A questão é que, enquanto empreendedores, devemos acreditar no projeto e vivê-lo com a paixão necessária, para que consigamos ultrapassar essa adversidade que em qualquer atividade económica existe sempre”. 
Reconhecendo que em Portugal se deram passos “muito relevantes”, nos últimos anos, no sentido de tornar “mais flexível a componente processual e burocrática da criação de empresas”, a responsável admite, contudo, que “a reduzida dimensão do nosso mercado interno, em comparação com outros países, acaba por representar uma desvantagem”.
 
FERNANDA SILVA TEIXEIRA fernandateixeira@vidaeconomica.pt, 17/04/2019
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